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Londrina busca certificação internacional Cidade Amiga do Idoso
Notícias do Paraná
Publicado em 08/06/2022

Como forma de melhorar a qualidade de vida da cidade, aprimorando políticas públicas focadas no envelhecimento saudável da população idosa, a Prefeitura de Londrina está atuando para implantar o programa Cidade Amiga do Idoso. O intuito é incluir o município na Rede Global de Cidades e Comunidades Amigáveis às Pessoas Idosas, por meio deste selo internacional criado e regulamentado, a partir de uma série de diretrizes, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Atualmente, 29 cidades brasileiras integram a Rede Global de Cidades e Comunidades Amigáveis às Pessoas Idosas, que reúne 1.333 cidades em todo o mundo, totalizando 47 países e mais de 260 milhões pessoas alcançadas pelas ações. Do total de municípios do Brasil reconhecidos pela certificação, 22 são do Paraná.

Para oficializar a manifestação de interesse por parte de Londrina, o prefeito Marcelo Belinati assinou, no final de abril de 2022, uma carta de adesão solicitando a inserção da cidade à iniciativa. O programa incentiva a promoção de ações e políticas públicas à população idosa, a participação ativa dos conselhos municipais da defesa dos direitos da pessoa idosa, e a realização de ações para enfrentamento das vulnerabilidades.

E, na terça-feira (7), a professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) da cidade de Pato Branco, Maria de Lourdes Bernartt, que coordena a equipe Amiga do Idoso neste local, esteve na sede da Prefeitura de Londrina a convite da Secretaria Municipal do Idoso (SMI). Na visita, ela apresentou o programa ao prefeito Marcelo, à secretária municipal do Idoso, Andrea Ramondini e sua equipe, e à deputada federal Leandre Dal Ponte, que participou da reunião por transmissão on-line em vídeo. Também estiveram presentes representantes de diversas secretarias municipais.

Mestre, doutora e PhD em Educação, além de especialista em várias outras linhas de estudo, a professora Bernardtt é pesquisadora e referência no segmento de políticas públicas para pessoas idosas, incluindo a metodologia de implantação do Cidade Amiga do Idoso. Pato Branco é pioneira neste processo, desde 2018, tendo sido a primeira cidade paranaense, e a terceira do Brasil, a obter o selo Cidade Amiga do Idoso. A docente cumpre agenda em Londrina até esta quinta-feira, dia 10 (ver mais informações ao final).

A implantação do programa, segundo Bernardtt, envolve uma série de etapas, o que inclui, posteriormente à adesão do município junto à OMS, a mobilização da sociedade civil e instituições públicas e privadas, e a criação e nomeação de um comitê gestor responsável pela condução das atividades. “Depois do comitê consolidado, é feita a elaboração de um diagnóstico e de um plano de ação efetivo, que podem ser baseados em instrumentos já existentes, como um plano municipal para pessoas idosas, instrumento que Londrina já possui e será de grande valia. Estou muito feliz que Londrina está buscando aderir à Rede Global para obtenção do certificado, trabalho que vai além de um mero selo, sendo fundamental para pensar e construir uma cidade melhor para os idosos e toda a população”, disse.

Ainda segundo a docente, é necessário que os municípios reflitam sobre a importância de uma mudança cultural e estrutural voltada aos idosos. “A realidade hoje é que há menos pessoas nascendo, de forma geral, e existe um aumento gradativo na expectativa de vida. Nesse contexto, os governos precisam se preocupar em aprimorar suas políticas públicas focadas no envelhecimento ativo e saudável da população, trabalhando as áreas social, de saúde, educação, moradia, cultura, acessibilidade, mobilidade urbana e tantas outras relacionadas a este processo natural em nossas vidas. O programa da OMS destaca vários protocolos, como diagnósticos sociodemográficos e epidemiológicos, metas, responsabilidades, ações e parcerias direcionadas a essa finalidade”, ressaltou.

O prefeito Marcelo Belinati frisou que, neste primeiro momento, o mais importante é sensibilizar e mobilizar a gestão, preparar as bases, articular forças e unir diferentes setores para fazer o projeto ser implantado e render frutos em Londrina. “Vamos trabalhar duro junto à Secretaria do Idoso e tantas outras para fazer este projeto acontecer da melhor forma e fazer de Londrina uma Cidade Amiga do Idoso, reconhecida internacionalmente. Todos os cidadãos e cidadãs merecem a mesma atenção do poder público, mas é importante que os idosos recebam um cuidado especial, pensando no bom envelhecimento de todos nós. Esta adesão e implantação é um processo complexo mas que poderá surtir grandes resultados, a partir de um planejamento sólido”, comentou.

Por sua vez, a secretária municipal do Idoso, Andrea Ramondini, disse que Londrina tem todas as condições de construir um bom projeto a partir da adesão a este programa mundial. “Ser uma cidade amigável e boa para os idosos é uma preocupação central do trabalho já desenvolvido em Londrina, o que inclui uma secretaria municipal exclusivamente voltada aos idosos atuante há mais de 20 anos. Temos cerca de 100 mil pessoas idosas na cidade e devemos, cada vez mais, cuidar bem deste público, respeitar e garantir seus direitos, promover a inclusão e propiciar condições de envelhecimento saudável a todos. Este é um pontapé inicial que estamos dando, há muito o que ser feito e vamos atrás disso. A grande expertise da professora Maria de Lourdes em Pato Branco será importante para nossos próximos passos”, destacou.

A deputada federal Leandre Dal Ponte, articuladora e incentivadora de iniciativas direcionadas ao envelhecimento saudável, incluindo encaminhamentos referentes ao Cidade Amiga do Idoso, elogiou a gestão do prefeito Marcelo Belinati. Para ela, o trabalho corrente em Pato Branco pode até ser aprimorado por Londrina.

“Muitos idosos ficam invisíveis à sociedade, sofrendo preconceito, maus tratos, abandono e violência. O envelhecimento ruim da população reflete na vida de toda uma comunidade, então é preciso enfrentar os desafios, que são muitos, sendo o público idoso diverso em seus perfis, demandas e peculiaridades. Londrina é um exemplo de boa gestão para idosos e a rede da OMS é uma grande oportunidade que a cidade tem para qualificar seus equipamentos e otimizar seu alcance. Aproveitem essa incrível profissional que é a professora Maria de Lourdes, sumidade no assunto, e apliquem da melhor forma seus planejamentos”, afirmou.

Docente em Londrina – A professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) da cidade de Pato Branco, Maria de Lourdes Bernartt, participa de atividades em Londrina nos próximos dias. Nesta quarta-feira (8), às 9h, ela visitará a sede da Secretaria Municipal do Idoso, nas instalações da Caapsml, conhecendo alguns dos serviços prestados. Na sequência, às 10h, haverá agenda no projeto Centro de Estudos e Formação para o Envelhecimento (CEFE), na rua Araçatuba, 490. No período da tarde, a partir das 14h, a visita será na Câmara Municipal, com as comissões de Direitos Humanos e Seguridade, e dos Direitos de Defesa e Bem-estar do Idoso.

Já na quinta-feira (9), Bernartt participa da 10ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Londrina, às 13h30, no Centro de Convivência da Pessoa Idosa (CCI) Norte – rua Luís Brugin, 570, esquina com avenida Saul Elkind. A docente irá ministrar a palestra principal do evento, abordando o tema de 2022 que é “O papel do sujeito (idoso) no processo do envelhecimento”.

Maria de Lourdes é professora Associada da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR Campus Pato Branco). Mestrado e Doutorado em Educação (Unicamp); PhD em Educação – Unochapecó e Universidade Nacional da Costa Rica (UNA). Especialista em Literatura Brasileira. Especialista em Língua Portuguesa – Descrição e Ensino. Especialista em Metodologia do Ensino Tecnológico . Licenciada em Letras- Inglês.

Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional (PPGDR), da UTFPR, na Linha de Pesquisa Educação e Desenvolvimento, na qual orienta os temas: Políticas públicas de educação e de desenvolvimento; Educação para populações do campo; Migração e refúgio; Envelhecimento e velhice; Cidades e Comunidades Amigáveis com a Pessoa Idosa. Líder do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas, Educação e Direitos Humanos (GPPEDH). Membro do Centro de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Regional ( CEPAD). Membro do Grupo de Apoio ao Migrante e Refugiado do Oeste de Santa Catarina (GEIROSC). Coordenadora de Projetos de Pesquisa e de Extensão.

(Texto: N.Com/PML. Foto: Emerson Dias/N.Com/PML)

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