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BRDE apoia projeto que levou atletas paranaenses aos Jogos Paralímpicos de Tóquio
Jogos Paralímpicos
Publicado em 30/06/2021

O Paraná tem dois atletas de esgrima em cadeira de rodas já confirmados para os Jogos Paralímpicos de Tóquio: Jovane Guissone, que conquistou ouro em Londres, em 2012, e Carminha Oliveira, campeã brasileira na modalidade. Ambos fazem parte da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP), de Curitiba. O projeto da entidade com atletas de esgrima em cadeira de rodas recebe o apoio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), por meio de incentivos fiscais.

“Precisamos apoiar e incentivar esses atletas, fazer com que o sonho deles seja possível. Nós, do BRDE, temos muito orgulho em ver que atletas do projeto chegaram tão longe, trazendo tanto prestígio ao nosso país”, afirma o vice-presidente e diretor de Operações do BRDE, Wilson Bley.

Jovane Guissone foi o primeiro atleta brasileiro de esgrima em cadeira de rodas a conquistar o ouro olímpico. Em 2020, foi campeão da etapa da Hungria da Copa do Mundo desta modalidade.

Carminha Oliveira conheceu o esporte em 2016 nas Paraolimpíadas do Rio e procurou a ADFP. Ela começou a competir no mesmo ano, no Campeonato Brasileiro de Esgrima em Cadeira de Rodas, no qual conquistou o segundo lugar. E nas três últimas competições (2017, 2018 e 2019) ganhou o primeiro lugar. Carminha conquistou a medalha de prata no Regional das Américas de Esgrima em Cadeira de Rodas de 2019, realizado no Canadá. 

A ADFP é uma organização do terceiro setor, de Curitiba, fundada em 1979, com o objetivo de instituir e coordenar serviços de assistência e reabilitação aos deficientes físicos. Ela auxilia no desenvolvimento, independência e autonomia da Pessoa com Deficiência Física nas suas relações sociais através da reabilitação e habilitação física, social, cultural, profissional e esportiva.

EXEMPLO – O curitibano Sandro Colaço não participa mais de competições como as Paralimpíadas. Mas sua trajetória no esporte é um exemplo do benefício que o apoio do BRDE ao projeto da ADFP proporciona à carreira de atletas.

Há 21 anos, a vida de Colaço mudou totalmente. O atleta profissional de esgrima em cadeira de rodas sofreu um acidente que o fez perder o movimento das pernas e ele teve de reaprender, aos poucos, como viver e realizar tarefas simples do dia a dia. Desanimado com a nova forma de levar a vida, procurou a ADFP.

Foi lá que Sandro e muitos outros atletas puderam ter contato com novas formas de praticar esportes. Em 2010, ele conheceu a esgrima em cadeira de rodas. “Foi estranho ver um monte de gente mascarada se espetando”, brinca o atleta. Em 2011 teve sua primeira colocação para a seleção brasileira da modalidade.

Colaço participou de 15 competições internacionais, uma delas a Paralimpíadas no Brasil, em 2016. “Foi a realização de um sonho. Minha família toda lá, me vendo competir, foi inexplicável”, relembra.

O que auxiliou e motivou os atletas a chegarem às competições foi o projeto da ADFP, que garante a manutenção da equipe, com estrutura necessária, treinadores e colegas, já que, como todos os outros, é um esporte que precisa de prática com outros competidores e tem um alto custo de equipamentos.

Além disso, como princípio, o projeto esportivo é um dos caminhos criados pela ADFP para que a Pessoa com Deficiência tenha uma nova expectativa de vida. “Somos um facilitador de sonhos, tanto para quem pratica, ou para quem assiste nossos atletas competirem. O impacto do nosso projeto é esse, como aconteceu com a Carminha”, diz o coordenador de projetos e voluntário da ADFP, Fábio Ferreira da Silva Ingenito. 

Ele ainda destaca a importância de as empresas se envolverem e apoiarem o projeto. “O paradesporto tem um valor para a vida das pessoas e da sociedade, sem estimativas”, afirma.

O projeto nascido, em 2004, mantém 18 atletas, sendo a maioria com experiência em competições. Atualmente, vem trabalhando para obter grandes conquistas dentro e fora das quadras, sendo uma das melhores equipes esportivas do Brasil em estrutura, número de atletas, vitórias e medalhas nas competições oficiais da modalidade. A pretensão é ranquear 4 atletas entre os 5 melhores do Brasil.

INCENTIVOS FISCAIS – O apoio do BRDE, via incentivo fiscal, ajudou a garantir a continuidade do projeto, a conquista de muitas medalhas para a equipe, além de impacto social relevante junto à sociedade e bastante exposição da marca dos patrocinadores. Para Wilson Bley, projetos como esse são extremamente importantes não só para o crescimento do esporte no Brasil, mas também o papel social que a prática proporciona aos atletas.

Ele destaca que como agente de desenvolvimento social, econômico e cultural da região onde atua, o BRDE tem como política apoiar, através das leis de incentivos fiscais, diferentes projetos sociais, do esporte, da cultura e da saúde. “A inciativa constitui parte da política de responsabilidade socioambiental e compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), aplicando de forma direta recursos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná”, explica Bley.

EDITAL  O edital de seleção para os projetos que serão contemplados em 2021 já está disponível no link www.brde.com.br. Os pedidos de apoio aos projetos são recebidos exclusivamente em meio eletrônico, através do Portal de Incentivos. No ano passado foram selecionados 106 projetos nos três estados, que totalizaram R$ 4,3 milhões. Desde 2015, foram ao redor de R$ 24 milhões de repasses.

(AEN)

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