Com mais uma vitória, Alison dos Santos (Pinheiros) encerrou na terça-feira (14) a belíssima temporada de 2021. Ganhador da medalha de bronze nos 400 m com barreiras nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o paulista de 21 anos venceu a 11ª edição do Galà dei Castelli, etapa da série prata do World Athletics Continental Tour, disputada no Stadio Comunale, na cidade de Bellinzona, Suíça. Alison marcou 48.15 para ganhar mais uma medalha de ouro no ano. Rasmus Magi, da Estônia, ficou em segundo, com 48.53, seguido do alemão Emil Agyekum, com 49.15.
Nos 110 m com barreiras, o mineiro Rafael Henrique Pereira (Clã Delfos) ficou em segundo lugar, com 13.42 (1.1). O suíço Jason Joseph foi o campeão, com 13.34, enquanto o norte-americano Michael Dickson fcicou em terceiro lugar, com 13.52.
Com o fim da temporada de Piu, como Alison é conhecido, o treinador Felipe de Siqueira pôde fazer um balanço bem positivo de 2021. Afinal, o atleta quebrou seis vezes o recorde sul-americano dos 400 m com barreiras, correu oito vezes a prova abaixo dos 48 segundos – fato inédito no atletismo brasileiro – e obteve a terceira melhor marca da história na conquista da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio (46.73).
“Conseguimos atingir todos os objetivos propostos no início do ano. A meta era melhorar a marca pessoal e conseguir o seu melhor resultado na final da Olimpíada. Ele foi muito regular, correndo sempre provas boas e fortes, junto com seus principais adversários”, lembrou Felipe. “Ele conseguiu sempre ficar entre os melhores.”
Bellinzona fechou um ano muito bom, de muito crescimento, segundo o treinador. “Depois da Olimpíada, ele descansou um pouquinho no Brasil e voltou para os seus últimos compromissos na Europa. Como o planejado, a meta era de buscar colocação, chegar à frente nestas últimas provas, e conseguiu”, disse Felipe, destacando que Alison terminou em segundo lugar na final da Liga Diamante, dia 9 de setembro, em Zurique (SUI). Ele só foi superado pelo norueguês Karsten Warholm, recordista mundial, bicampeão mundial e campeão olímpico.
Felipe lembra que o ciclo olímpico foi muito pesado, principalmente pelas adversidades impostas pela pandemia da COVID-19. “Tivemos o apoio da CBAt, do COB e do Pinheiros para fazer uma boa preparação, depois de uma série de contratempos. Conseguimos superar as dificuldades e usar isso como combustível para chegar à medalha olímpica”, afirmou. “Agora ele terá merecidas férias e em meados de outubro começa o ciclo até 2024. Em 2022, já teremos o Mundial do Oregon, depois os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023 e em seguida a Olimpíada de Paris-2024, quando o objetivo é chegar à melhor forma possível.”
As marcas de Alison em 2021 nos 400 m com barreiras
46.73 – bronze na Olimpíada de Tóquio (JPN) - 3/8 *
47.31 – semifinal da Olimpíada de Tóquio (JPN) - 1/8 *
47.34 – Liga Diamante de Estocolmo (SWE) - 4/7 *
47.38 – Liga Diamante de Oslo (NOR) - 1/7 *
47.51 – Liga Diamante de Mônaco (MON) - 9/7
47.57 – Liga Diamante de Doha (QAT) - 28/5 *
47.68 – Walnut (USA) - 9/5 *
47.81 – final da Liga Diamante de Zurique (SUI) - 9/9
48.15 - Des Moines (USA) - 24/4
48.23 – Liga Diamante de Bruxelas (BEL) - 3/9
48.42 – preliminar da Olimpíada de Tóquio (JPN) - 30/7
48.50 - Chorzow (POL) - 5/9
49.56 - Azusa (USA) – 10/4
* recordes sul-americanos
Recordes - Em 2021, Alison retomou a evolução de 2019. No dia 9 de maio, em Walnut, nos Estados Unidos, bateu os recordes brasileiro e sul-americano, com 47.68. O recorde brasileiro anterior era de Eronilde Araújo, com 48.04, desde 1995, e o sul-americano era do panamenho Bayano Ali Kamani, com 47.84, desde 2005. Depois foram mais cinco recordes.
O paulista de São Joaquim da Barra tem consciência de que mudou seu patamar no atletismo mundial, depois de um ano repleto de bons resultados. “Agora sou medalhista olímpico, inicio outra etapa da vida, vou ser visto de uma maneira diferente, inspirar mais pessoas, que podem também chegar aqui. Fico muito feliz.”
Sétimo colocado no Mundial de Doha e medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima – ambas competições disputadas em 2019, o atleta de 2,00 m e 76 quilos ficou mais de um ano sem competir – de 30 de setembro de 2019, quando fez a final do Mundial, até 10 de abril de 2021, data em que competiu em Azusa, nos Estados Unidos.
A pandemia da COVID-19 interrompeu a evolução demonstrada em todo o ano de 2019, quando bateu sete vezes o recorde sul-americano da categoria sub-20, culminando com a marca de 48.28 em Doha. No final de 2020, quando se preparava para estrear na temporada acabou sendo contaminado pelo coronavírus e não pôde participar do GP Brasil Caixa de Atletismo e do Troféu Brasil em dezembro.
Além dos 400 m com barreiras, Piu teve um desempenho fundamental na conquista da medalha de prata no revezamento 4x400 m misto, no início de maio, no Campeonato Mundial da Silésia, na Polônia, quando fechou a prova. Ele recebeu o bastão na quinta colocação e cruzou em segundo lugar.
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(Texto: CBAt. Foto: Wagner Carmo/CBAt)