Os ciclistas que vão participar da Santander Brasil Ride Bahia, a principal prova por estágios premium do mundo, vão encontrar novidades na 11ª edição que prometem dar o que falar. As principais alterações acontecem nas etapas 3 e 4, com as subidas mais duras da competição no extremo sul baiano. A prova tem início no próximo domingo (7) e segue até o sábado (13), com Arraial d'Ajuda, em Porto Seguro, e Guaratinga, como cidades-sedes do evento.
Enquanto o tradicional prólogo não tem muitas alterações, apenas com mais trechos de trilha e menos de estrada, a etapa 2 - que liga Arraial a Guaratinga - terá um percurso mais curto, porém sem grandes novidades. Os dias 3 e 4 do evento prometem as principais aventuras aos atletas. Antes na etapa 4, a temida subida das "Sete Voltas" será a cereja do bolo na etapa 3. No dia seguinte, na Etapa Rainha, os atletas serão testados ao extremo, com uma serra de forte inclinação, por aproximadamente 8 km e 600 m de desnível, sendo essa a subida mais difícil dos sete dias.
"O deslocamento de Arraial para Guaratinga foi alterado. Antes, tinha 143 km, agora está com 131 km, ou seja, um pouco menor. A terceira etapa é nova, porém com trechos já conhecidos dos ciclistas, com destaque para a 'Sete Voltas'. São 57 km, menor percurso do período de pernoite no acampamento, ou seja, acaba sendo um descanso, porém com uma subida muito difícil de cumprir sem colocar o pé no chão. O topo recompensa os participantes com uma vista alucinante, com várias montanhas rochosas, locais únicos e só se chega lá a pé, de moto ou bike", conta Mario Roma, fundador da prova.
"O grande destaque das etapas neste ano é a nova etapa Rainha. Um percurso completamente diferente de todas edições, em um lado que nunca havíamos percorrido até então. Está com 103 km e cerca de 2.400 m de altimetria acumulada. Vamos passar na unidade de conservação, o Parque Nacional do Alto Cariri, na divisa com Minas Gerais. Passamos pelos distritos de Monte Alegre e São João do Sul, ambos em Guaratinga. No pico, a prova atinge o ponto mais alto nos sete dias, com 780 m de altitude. É uma subida bem difícil e desafiadora. E, ao mesmo tempo, a etapa conta com muito single track (trilhas estreitas). Outra vez, com visuais bonitos, que será bem marcante. Um provável divisor de águas na competição", complementa Roma.
A quinta etapa será similar aos anos anteriores, sendo a mais longa dos sete dias, com cerca de 140 km. No sexto dia, o tradicional Cross Country (XC) contará com 80% de single track, ou seja, diversão para os ciclistas, com vegetação típica de praia com Mata Atlântica. A decisão, no dia da Maratona dos Descobrimentos, terá cerca de 20% de novidades.
A principal novidade - A subida que promete ser a mais difícil da Santander Brasil Ride Bahia em 2021 passa pelo Parque Nacional do Alto Cariri, com aproximadamente 19.264 hectares, localizado no município de Guaratinga, no extremo sul da Bahia. O complexo de serras do Alto Cariri protege remanescentes de Mata Atlântica, além de populações de espécies de mamíferos e aves ameaçadas de extinção, especialmente o muriqui-do-norte, uma espécie de macaco. A gestão do local é feita pelo ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
A ultramaratona - Considerado o Giro d'Itália do MTB mundial, a Santander Brasil Ride Bahia oferece um desafio e tanto para os participantes. Durante sete dias, os ciclistas, vindos de 27 estados brasileiros e 18 países, têm pela frente cerca de 600 km e 13.000 m de altimetria acumulada, entre trilhas e estradas de terra que ligam Arraial d'Ajuda, em Porto Seguro, a Guaratinga, na Vila Santander Brasil Ride.
A 11ª edição do evento - Os atuais campeões, Tiago Ferreira (POR) e Hans Becking (HOL), estarão de lados opostos na disputa de mais um título da ultramaratona. Enquanto Ferreira, ao lado do belga Wout Alleman, vai em busca do seu terceiro título da prova, tendo como dupla de apoio o grego Periklis Ilias e o cipriota Andreas Miltiadis, Hans tentará se isolar como o maior campeão do evento, na luta pelo seu quarto troféu de campeão do evento, competindo junto com português José Dias, atual medalha de bronze do Campeonato Mundial de Maratona (XCM).
Duplas brasileiras formadas pelos ciclistas Lukas Kaufmann/Sherman Trezza, Gustavo Xavier/Alex Malacarne, Edson Rezende/Ulan Galinski, Mario Veríssimo/Kennedi Sampaio, Ricardo Pscheid/Leandro Donizete, dentre outras, prometem brigar pelo pódio das etapas e também pelo geral da competição, tendo a Camisa Branca - campeão das Américas - como alvo na prova.
(Foto: Hudson Malta/Divulgação)