Brasil ganha ouro na ginástica artística feminina

Enquanto a caçulinha da equipe, Luisa Maia, 15 anos, apresentava-se na trave, Julia Soares dava instruções e a incentivava: "Perna dura! Abaixa o ombro! Respira! Vamos!".

Quando Cristal Bezerra subiu, foi a vez de a mais jovem fazer as vezes de torcedora: "Um de cada vez! Abaixo o ombro! É isso aí! Muito bom!".

Foi com esse clima de união e ajuda mútua que a seleção brasileira feminina conquistou a medalha de ouro por equipes nos Jogos Sul-americanos 2022 nesta quinta-feira, dia 6.

Com um grupo formado, em sua maioria, por atletas jovens e com pouca experiência em eventos multiesportivos, o Brasil somou 206.299 pontos e ficou à frente de Argentina (199.300) e Colômbia (190.667).

De quebra, Julia Soares conquistou o primeiro lugar no individual geral (52.666) e Carolyne Pedro ficou em segundo (51.833).

“Foi uma participação incrível da equipe. Conseguimos mostrar confiança e o apoio que uma tem da outra. Eu, pessoalmente, não esperava esse resultado. Vim pensando em fazer meu melhor em cada aparelho”, afirmou Julia.

As ginastas, que atuam em clubes em diversas cidades do país, reuniram-se no Rio de Janeiro para duas semanas de treinos antes dos Jogos Sul-americanos.

O encontro foi importante para os treinadores avaliarem as séries de cada uma e conhecerem suas preferências nos aparelhos.

Para as atletas, o período de convivência ajudou uma a conhecer a outra. A entender quem gosta de ser mais incentivada, quem prefere o silêncio. E esse conhecimento se refletiu na arena de competição no Paraguai.

“A gente sempre tenta se ajudar muito. Uma fica mais nervosa, a outra mais tranquila, e a gente tenta se ajudar para que todas tenham confiança na equipe. Se eu estou tranquila, você também pode ficar porque eu vou fazer minha parte e acredito que você pode fazer a sua. Quando elas falam comigo, me acalmo porque sinto que elas confiam em mim”, afirmou Luisa.

A caçula disse que também contribui para elevar a energia do grupo. “E elas me acalmam porque eu tenho energia até demais”, brincou.

Com experiências anteriores nos Jogos Sul-americanos de Cochabamba 2018 e nos Jogos Pan-americanos Lima 2019, Carolyne Pedro aprovou a mistura de juventude e experiência.

“Eu e a Thais Fidelis somos as mais experientes em Jogos pelo COB. As outras ainda são calouras nesse tipo de evento. A gente vai passando experiência e conseguimos uma mistura legal”, disse.

Além das três medalhas, o Brasil nesta quinta também conseguiu classificar seis atletas para as finais por aparelhos:

Salto

Christal Bezerra - 13.100

Beatriz Lima - 13.200

Barra assimétrica

Carolyne Pedro - 13.133

Julia das Neves - 12.667

Trave

Julia das Neves - 14.003

Luisa Maia - 12.967

Solo

Julia Neves - 13.233

Carolyne Pedro - 13.000

(Texto: COB. Foto: Miriam Jeske/COB)

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