O Instituto Não Me Esqueças realiza palestra aberta a toda comunidade para orientar estratégias de bem-estar do cuidador informal, o familiar ou amigo/a que assume a responsabilidade de suporte diário a alguém que vive com Alzheimer ou outra demência. A psicóloga Solange Mezzaroba é a palestrante convidada para conduzir o evento “Cuidando de Quem Cuida: a Importância do Bem-estar dos Cuidadores”, marcando o início da programação de palestras da entidade em 2024. O encontro irá ocorrer no dia 21 de fevereiro, próxima quarta-feira, às 14h15, na AML Cultural, localizada na rua Maestro Egídio do Amaral, 130, em frente à Concha Acústica.
A entrada é franca e o evento conta com apoio da Secretaria Municipal do Idoso (SMI), AML Cultural e Gesen (Grupo de Estudos Sobre Envelhecimento).
Dedicada ao atendimento de pessoas com mais de 50 anos, interessadas em envelhecimento saudável, a psicóloga Solange Mezzaroba, professora aposentada da Universidade Estadual de Londrina (UEL), diz que sentimento de impotência, insegurança e tristeza são comuns entre os cuidadores informais. “A pessoa não se sente preparada, mas não tem outra saída, é ela quem tem que cuidar. A sobrecarga emocional, muitas vezes, é mais estressante do que a sobrecarga com cuidados práticos como dar banho, trocar roupa, alimentar. Várias emoções afloram, inclusive um sentimento de luto, é preciso buscar ajuda de outras pessoas da família, de grupos de apoio e também apoio profissional em muitos casos”, comentou.
Dados – O Relatório Nacional Sobre Demências no Brasil (Renade) revela que a maioria dos cuidadores/as de pessoas que vivem com demência são familiares (83,6%), geralmente uma mulher da família (86%). A responsabilidade consome, em média, 10 horas por dia e não é remunerada. Quem cuida, muitas vezes, compromete a própria saúde. De acordo com o estudo, 71,4% relatam problemas emocionais com necessidade de apoio psicossocial e 45% apresentam sintomas de transtornos psiquiátricos.
Sobre o Instituto Não Me Esqueças
O Instituto Não Me Esqueças, fundado em 2017 em Londrina, é uma instituição sem fins lucrativos criada por um grupo de filhas que cuidavam de suas mães com demência, juntamente com profissionais da saúde. Sua missão é garantir os direitos e promover a qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com Alzheimer ou outras demências, bem como de seus familiares e cuidadores. Por meio de parcerias com a Secretaria Municipal do Idoso, patrocínios e doações, o instituto expandiu significativamente seu alcance, oferecendo oficinas, grupos de apoio, palestras e oportunidades de convívio social, totalizando aproximadamente 500 atendimentos mensais. O INME também se destaca na produção de materiais educativos disponíveis online, com o objetivo de apoiar a comunidade de pessoas impactadas pelas demências.
(Texto: Renan Oliveira/NCom PML. Foto: Divulgação)