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Doutorando da UEM ganha prêmio internacional por pesquisa em Agronomia
Notícias de Maringá
Publicado em 20/05/2024

O doutorando Gustavo Soares Wenneck, de 27 anos, do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PGA), do Departamento de Agronomia (DAG), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), foi premiado pelo programa International Young Scientist Awards (Prêmio Internacional Jovem Cientista), na área de Ciências Agrárias e Biológicas. 

A conquista reconhece o trabalho desenvolvido pelo discente no projeto de doutorado em andamento, o qual foca no manejo hídrico na agricultura, explorando o impacto do estresse hídrico e formas de aplicação de silício nas culturas, principalmente hortícolas. Durante o mestrado, o pesquisador investigou doses de silício, enquanto no doutorado, o foco está nas formas de aplicação no solo, incluindo situações com e sem estresse hídrico. Wenneck é orientado pelo professor Roberto Rezende e coorientado pela professora Reni Saath.

“A pesquisa visa compreender a resposta das plantas ao silício em termos de trocas gasosas, desempenho fisiológico e produtividade, mesmo sendo o silício um elemento não essencial. Há poucos estudos sobre a dinâmica do silício no sistema de produção agrícola, especialmente na nossa região, apesar de muitos artigos internacionais recomendarem a sua inclusão no manejo nutricional das culturas. O estudo analisa como as plantas absorvem o silício, a influência do manejo hídrico e os benefícios em termos de redução do estresse hídrico e aumento da produtividade. A pesquisa promete contribuir significativamente para a compreensão e uso eficiente do silício na agricultura, potencialmente melhorando a resiliência das culturas em condições de estresse hídrico”, explica Wenneck.

Ele não esperava ganhar o prêmio. “Receber esse reconhecimento internacional gera um sentimento de realização profissional e incentivo, sinalizando que estou no caminho certo. Competir com pessoas do mundo todo na área de ciências agrárias e ser contemplado é uma grande honra e motivo de grande felicidade”, descreve. 

“Este prêmio é um reconhecimento da dedicação e empenho do Gustavo. Comecei o grupo Núcleo de Estudos em Pós-Colheita de Produtos Agrícolas (Neppa) justamente com ele, em 2016”, lembra a coorientadora Reni Saath, docente do DAG e líder do Neppa.

O pesquisador lembra também que esta conquista não é individual. “O mérito da premiação não é só meu. Está relacionado à formação de qualidade que a UEM sempre proporcionou e à orientação que eu recebo dos professores, desde o período da graduação até agora na pós-graduação. Além disso, também conto com a contribuição dos grupos de pesquisa ao qual eu faço parte, que é de extrema relevância para a pesquisa. É uma rede de colaboradores que ajudam não somente no desenvolvimento de ideias, mas também na interpretação dos dados e na condução do experimento a campo, que demanda mão de obra em um tempo relativamente grande.”

Na avaliação do premiado, seu currículo sólido em termos de publicação também colaborou para a premiação. “Até hoje, publiquei 61 artigos. Comecei em 2019 com duas publicações e fui aumentando a produção ao longo dos anos, graças ao incentivo e orientação dos professores Rezende e Saath, que sempre me incentivaram a desenvolver e publicar trabalhos de qualidade. Eles me deram liberdade para definir a linha de pesquisa e sempre revisaram meus artigos, oferecendo correções e direcionando-os para revistas adequadas”, frisa o doutorando.

Hoje, Wenneck participa de projetos de pesquisa e extensão junto aos seus orientadores, além de coorientar alunos. “Até este ano, conclui 12 coorientações de iniciação científica e estou orientando mais sete projetos.”

Trajetória de estudos 

Natural de Araruna (PR), Wenneck começou seus estudos agronômicos ainda no ensino médio quando fez o curso de Técnico em Agropecuária, no Colégio Agrícola de Campo Mourão, município próximo de sua cidade natal. Ele acredita que sua escolha por pesquisa na área de Agronomia vem do fato de ser filho de produtor rural e de professora, de ter morado na área rural e ter estudado em colégio agrícola. 

Wenneck conta que sempre estudou em escolas públicas e que fez sua graduação (2014-2018), mestrado (2018-2021) e doutorado (iniciado em 2021), todos no câmpus sede da UEM. A defesa de sua tese está programada para até o final deste ano. Nos últimos dez anos, ele somente ficou um período fora da UEM, quando foi, pelo Programa Mobilidade Internacional (Marca), para a  Universidade Nacional de Lomas de Zamora (UNLZ), que é uma instituição de ensino superior pública da Argentina.

Sua trajetória em estudos do silício no cultivo de hortícolas deve continuar após o término do doutorado. Ele já tem aprovação preliminar em chamada de pós-doutorado Júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Agora, aguardo o resultado final, previsto para o final deste mês. O objetivo do novo projeto é determinar os níveis de silício nos solos da região e avaliar o potencial de resposta das culturas locais, como soja, milho e trigo. Essas informações são escassas e particularmente relevantes para a região, onde o cultivo é predominantemente de sequeiro, aumentando o número de fatores que influenciam o desenvolvimento e a produtividade das culturas. A expectativa é continuar na área de pesquisa, aprofundando os estudos na mesma linha e contribuindo para o avanço do conhecimento sobre a aplicação de silício na agricultura regional”, vislumbra Wenneck. 

Prêmio: O International Young Scientist Awards é um programa de prestígio que reconhece jovens cientistas e experimentadores com menos de 35 anos, destacando suas contribuições excepcionais em ciência, tecnologia e inovação. Os premiados são selecionados por um painel internacional de especialistas que avaliam o impacto, originalidade e importância de seus trabalhos, além do potencial de futuros desenvolvimentos. Além do reconhecimento e visibilidade global do trabalho, o prêmio oferece suporte financeiro e oportunidades de networking, promovendo o papel dos jovens cientistas na definição do futuro da ciência e da tecnologia.

(Marilayde Costa/UEM)

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