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Doação de sementes de pimenta impulsiona projeto de pesquisa da UEM
Notícias de Maringá
Publicado em 26/10/2024

A doação de sementes de 298 cultivares diferentes de pimenta para o Departamento de Agronomia (DAG) promete impulsionar um projeto de pesquisa da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A entrega simbólica das sementes foi realizada na sexta-feira (25), em cerimônia no Auditório dos Conselhos Superiores, no câmpus sede da instituição.

A iniciativa recebe fomento da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), por meio do Fundo Paraná, e tem apoio da Sakata Seed Sudamerica, empresa responsável pela doação dos cultivares. 

Coordenado pelo professor José Usan Torres Brandão Filho, o projeto inovador reúne docentes, graduandos e pós-graduandos do DAG em torno de pesquisas científicas sobre novas técnicas produtivas para o cultivo da pimenta. Em posse das sementes, os pesquisadores da UEM poderão dar início à parte prática das pesquisas, com o objetivo de encontrar alternativas rentáveis para a diversificação da produção de pequenos agricultores da região Noroeste do Paraná.

Presente ao evento de entregas das sementes, a vice-reitora da UEM, Gisele Mendes de Carvalho, celebrou a realização de parcerias entre a Universidade e a sociedade civil. “A gestão tem se aberto para a comunidade, para mostrar a todos o que fazemos aqui dentro, bem como para angariar recursos, fomento e apoio. Assim, podemos crescermos juntos”, afirmou. “Sabemos da importância que o Norte e o Noroeste do Paraná têm, capitaneados pela pesquisa e a extensão da UEM, para o agronegócio no país. As universidades estaduais do Paraná são um fator de desenvolvimento. O estado do Paraná não seria o que é hoje sem a criação dessas universidade há cerca de 50 anos”, acrescentou.

O diretor do Centro de Ciências Agrárias (CCA), Carlos Alberto de Bastos Andrade, ressaltou que inovação, tecnologia e empreendedorismo devem caminhar juntos com os projetos da instituição. “Essa parceria com as empresas é fundamental para formarmos cidadãos e profissionais atuantes e atualizados. Além da formação profissional que a Universidade oferece, nós temos hoje um foco nas áreas de inovação e empreendedorismo. E isso só se consegue em contato com pessoas, negócios e tecnologia”, opinou.

 

Cores, aromas e sabores

Intitulado “Apoio a pesquisas com pimentas como uma nova opção em cultivo protegido para pequenos produtores da região Noroeste do estado do Paraná”, o projeto conta com 18 bolsistas, entre estudantes da graduação em Agronomia e do Programa de Pós-Graduação em Agronomia (PGA/UEM).

Nos próximos dias, os pesquisadores serão orientados sobre o manejo dos cultivares recebidos, bem como trabalharão na classificação dos diferentes tipos e espécies. As sementes serão plantadas no Centro de Treinamento em Irrigação (CTI), vinculado ao CCA/UEM, que conta com estrutura adequada para a criação de hortas. Estufas e demais equipamentos usados para o plantio foram adquiridos com financiamento da Seti, por meio do Fundo Paraná.

Um dos objetivos, conforme o coordenador do projeto, é identificar quais cultivares demonstram melhor adaptação ao solo e ao clima da região. “Agora, temos quase 300 tipos de sementes, e inúmeras possibilidades de coisas que podemos fazer. Para isso, basta começar. Tenho certeza de que o projeto vai dar certo, porque temos conhecimento técnico e estamos cercados de amigos e bons profissionais”, afirmou.

Ainda segundo o coordenador, os resultados da pesquisa devem ser expostos em um dia de campo, a ser realizado no primeiro semestre de 2025, com a presença de agricultores e pequenos produtores do estado. Além das pimentas, serão apresentadas alternativas viáveis de cultivo de tomates e pimentões.

Dentre os 298 cultivares recebidos pela UEM, encontram-se pimentas de diferentes espécies, cores, aromas e sabores. Alguns dos tipos de pimenta mais consumidos pelos brasileiros, como Malagueta, Dedo-de-Moça e Biquinho, estão entre as sementes doadas. 

Também destacam-se, entre os cultivares, algumas das pimentas mais picantes do mundo - são exemplos os tipos Carolina Reaper e Bhut Jolokia. “Algumas delas são muito ardidas. No caso dessas, fizemos um aviso especial para que os pesquisadores tenham cuidado ao manusear”, explicou o gerente administrativo da Sakata Seed Sudamerica, Renato de Souza Braga. “Tem pimenta de todo tipo, diferentes sabores e aromas, que estamos cedendo ao projeto para dar esse pontapé inicial, atendendo à parte de ensino aos alunos, e também à parte de extensão com os pequenos produtores”, completou. 

Conforme o DAG/UEM, o cultivo de pimenta tem se tornado cada vez mais relevante no agronegócio brasileiro. A produção envolve segmentos variados, desde fábricas artesanais caseiras de conservas até a exportação de especiarias e temperos, como a páprica, por empresas multinacionais.

Nos últimos anos, as pimentas ganharam espaço na mídia e no paladar dos brasileiros, por sua versatilidade culinária e industrial, bem como por suas propriedades medicinais. O mesmo princípio que causa a ardência das pimentas - a capsaicina - também pode ser usado para tratar dores musculares, dores de cabeça e artrite reumatoide, entre outros sintomas.

 

Cerimônia de entrega

Além da entrega das sementes doadas, o evento desta sexta-feira (25) celebrou a realização da parceria entre UEM, Seti, Fundo Paraná e o setor produtivo. A mesa de honra da cerimônia foi composta pela vice-reitora da UEM, Gisele Mendes de Carvalho; o diretor do CCA, Carlos Alberto de Bastos Andrade; o chefe-adjunto do DAG, Robinson Luiz Contiero; o coordenador do projeto de pesquisa, José Usan Torres Brandão Filho; e o gerente administrativo da Sakata Seed Sudamerica, Renato de Souza Braga.

Ainda estiveram presentes a chefe de gabinete da Reitoria (GRE) da UEM, Maria Luísa Furlan Costa; o pró-reitor de Administração (PAD), Ademir Massahiro Moribe; o pró-reitor de Recursos Humanos e Assuntos Comunitários (PRH), José Maria de Oliveira Marques; o assessor especial do GRE e ex-reitor da UEM, Décio Sperandio; e a coordenadora do suporte técnico em fitopatologia da Sakata Seed Sudamerica, Kátia Regiane Brunelli Braga. Também compareceram pesquisadores participantes do projeto, docentes, agentes universitários, estudantes e demais convidados. 

(Vinicius Guerra/UEM)

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