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UEM realiza primeira transmissão intercontinental com óculos de realidade aumentada
Notícias de Maringá
Publicado em 14/01/2025

A Universidade Estadual de Maringá alcançou um feito inédito na manhã desta segunda-feira (13). Com ajuda de um óculos de realidade aumentada (Smart Glass), foi realizada a primeira transmissão intercontinental em telemedicina por meio de um óculos de realidade aumentada, uma prova conceito para validação da tecnologia, para auxiliar atendimentos de saúde, especialmente traumas, em localidades remotas e sem acesso a equipamentos para avaliação.

A demonstração reuniu, no Departamento de Medicina (DMD) da UEM, o professor Luciano de Andrade, do DMD e do Mestrado Profissional em Gestão, Tecnologia e Inovação em Urgência e Emergência (PROFURG); o cirurgião de traumatologia do Hospital Universitário (HU) da UEM e doutorando Claudio Bodegan, que realizou a simulação em Maringá; e o professor Carlos Edmundo Rodrigues Fontes, que participou da simulação em Granada, na Espanha.

Acompanharam o procedimento de validação a diretora da 15ª Regional de Saúde do Paraná, Elizabeth Mitiko Kobayashi, e o secretário de Saúde de Maringá, Antonio Carlos Nardi, além de alunos do Departamento envolvidos com a pesquisa, que começou em 2020, com o projeto aprovado pela Fundação Araucária (FA) “Aplicação de realidade aumentada para promover o uso de telemedicina em emergência médica”.

Segundo Andrade, o óculos Vuzix M400, de fabricação dos Estados Unidos, chegou em 2022 a Maringá, embora o projeto tenha começado a funcionar dois anos antes. O projeto, segundo Andrade, alia a inovação tecnológica à ampliação do acesso aos cuidados de saúde. “Com esse óculos Smart Glass, se tenho um paciente com problemas de saúde em um local que não tem um médico especialista, quem estiver neste local e tiver o aparelho pode entrar em contato com um especialista de um grande centro, que pode ajudar a tratar esse caso até levá-lo a um centro maior, de alta complexidade”, explicou.

“Com o óculos, o médico que acompanha o caso pode saber com clareza para onde encaminhar o paciente. Tivemos uma situação na semana passada, em que o paramédico do SAMU utilizou o óculos e, por meio da avaliação, o paciente foi encaminhado para outra unidade, mais complexa. Com muitos eventos e acidentes em muitos locais remotos, quanto mais rápido atender, melhor será o prognóstico deste paciente”, relatou. 

Direto da Espanha, o professor Carlos Edmundo encerrou a atividade emocionado com o resultado. "Eu queria muito realizar isso e foi um grande sucesso", comentou.

Sinergia entre poder público e pesquisa

A diretora da 15ª Regional de Saúde do Paraná, Elizabeth Kobayashi, parabenizou a iniciativa, que representa mais uma barreira que foi vencida. “Provamos que é possível uma comunicação a distância, para fazer um diagnóstico mais precoce e exato. A realidade aumentada ainda é cara e não é qualquer centro que pode usá-la, mas, em parcerias com municípios, estados e eventualmente com a União, podemos melhorar e avançar cada vez mais. É um caminho sem volta para o desenvolvimento em saúde”, considerou Elizabeth.

Segundo o secretário de Saúde de Maringá, Antonio Carlos Nardi, a realidade aumentada é uma necessidade que deve ser implantada, “levando Maringá para o mundo”. “O que ocorreu aqui otimiza e acelera diagnósticos, já preparando quem está na ponta da rede para solucionar de imediato o problema do paciente, independente dele. Estamos falando de diagnóstico precoce e preciso, que é o mais importante”, considerou. 

(Willian Fusaro/UEM)

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