Foi com surpresa que a jovem atendente Paula Gabrielly Rugeri da Silva, de 25 anos, aceitou o pedido para estrelar o calendário de gestantes do Hospital Universitário (HU) da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Junto de outras 11 mulheres, Paula vai estampar o calendário para o ano de 2026, que vai reunir gestantes atendidas pelo Ambulatório de Especialidades do HUM, referência em gestação de alto risco para mulheres atendidas na 15ª Regional de Saúde do Paraná.
Grávida de oito meses, Paula veio para fotografar acompanhada da filha de 10 anos. “Faço o acompanhamento pré-natal aqui no Hospital. (“A equipe) é muito atenciosa, não tenho do que reclamar. A enfermeira (Viviane Dourado) nos convidou e fiz questão de vir para levar para casa essa lembrança”, pontuou. Paula, que vive em Maringá vinda de Paranacity, espera pelo nascimento do pequeno Levi, programado para o mês de outubro.

Paula é uma das 240 gestantes de alto risco atendidas pelo Hospital Universitário da UEM. Diariamente, gestantes de todos os municípios da 15ª Regional comparecem para o acompanhamento pré-natal, considerada uma etapa vital da vida de uma gestante. É no pré-natal onde são realizados os exames fundamentais para o acompanhamento da gestação do bebê - o que, no caso de uma gestante de alto risco, inclui monitoramento constante. “No meu caso, eu venho semanalmente”, emendou Paula Gabrielly.
A enfermeira do Ambulatório de Especialidades do HUM, Viviani Dourado, aponta que o objetivo da ação é, além da produção do calendário, que será distribuído na UEM e também no Hospital, também estreitar os laços com as mulheres atendidas pelo HUM. “É uma forma de agradecer com um presente humanizado, para que elas se lembrem deste momento importante”, classificou.
Para a vice-reitora da UEM, Gisele Mendes, a ação é uma forma de aliar a assistência e o tratamento humanizado. “Com um hospital 100% público, o HU atua também nesse momento especial da vida dessas mães e futuras mães, para que tenham um bom momento de recordação”.
Gestação de alto risco
Uma gestação de alto risco é aquela em que é bastante provável o surgimento de complicações à mãe e ao bebê. Alguns fatores que aumentam o risco em uma gravidez são idade da gestante (menor de 17 anos ou maior de 35), histórico obstétrico (perda gestacional, parto prematuro ou aborto em gestações anteriores), quadro de diabetes ou hipertensão, entre outros. Outros fatores relevantes são o consumo de drogas durante a gravidez (álcool ou cigarro inclusos), dietas inadequadas, automedicação ou exposição a agentes químicos e/ou radiação.
Segundo Viviani, no pré-natal de alto risco, o acompanhamento no Ambulatório de Especialidades é diferenciado, com intervalo entre as consultas que depende da patologia da gestante e da idade gestacional. Em muitos casos, como no de Paula Gabrielly, as consultas ocorrem semanalmente.
Abaixo da média nacional
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa de nascidos prematuros no Brasil é alarmante. Dados de 2023 e 2024 indicam que cerca de 12% dos nascidos no País foram prematuros, o que corresponde a 300 mil bebês. As gestações de alto risco, se não acompanhadas corretamente, podem resultar em nascimentos prematuros. O pré-natal inadequado é uma das maiores causas do nascimento prematuros.
No entanto, a despeito dos números nacionais, a média de nascimentos prematuros no HUM segue abaixo do evidenciado em todo o Brasil, motivo comemorado pela equipe justamente pelo perfil atendido no Hospital: gestações de risco elevado. No HUM, a média de nascimentos prematuros em 2025 ficou em 10,58% dos nascidos totais, abaixo da média nacional, de 12%. “Nos primeiros sete meses do ano, entre janeiro e agosto, foram 121 nascimentos prematuros no Hospital, com uma média de 17,28 nascidos/mês”, afirma Viviani Dourado.
(Willian Fusaro/Comunicação Hospital Universitário)