A Universidade Estadual de Maringá (UEM) conquistou o registro de patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) de uma máquina capaz de reciclar rótulos e etiquetas adesivas, um tipo de resíduo até então sem destino sustentável. A nova tecnologia transforma esse material em matéria-prima reaproveitável, unindo ganhos ambientais e econômicos em uma solução inédita no Brasil.
“Com essa conquista, a UEM reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, mostrando que a inovação pode ser uma aliada poderosa da economia e do meio ambiente”, avalia o reitor da UEM, Leandro Vanalli.
O projeto nasceu de um duplo desafio: encontrar uma alternativa ambientalmente correta e economicamente viável para um tipo de lixo industrial que as empresas precisam pagar para descarte em aterros. “A ideia foi transformar um problema em oportunidade, criando valor onde antes havia apenas custo e poluição”, explica a professora Silvia Luciana Fávaro, orientadora da pesquisa que nasceu em um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) desenvolvido por três egressos de Engenharia Mecânica: Leonardo Kerkhoff de Morais, Lucas Camarotto Monteiro e Said Knabben El Chama. O trabalho contou ainda com a coorientação do professor Flávio Clareth Colman, também docente do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM).
O grande diferencial do equipamento está em seu design exclusivo, desenvolvido para lidar com a cola presente nas etiquetas, que costuma travar em máquinas convencionais. A máquina realiza a trituração em duas etapas: primeiro, eixos robustos rasgam as bobinas maiores; depois, lâminas de alta rotação reduzem o material a partículas de até 5 milímetros.
“O equipamento é capaz de viabilizar a reciclagem mecânica desse tipo de material por meio da cominuição (fragmentação) eficaz, permitindo sua reutilização como reforço em compósitos poliméricos”, destaca Fávaro. O resultado é o fechamento do ciclo da economia circular.
Entre os benefícios econômicos, a professora ressalta a conversão de um custo em nova fonte de receita, seja pela venda do material reciclado, seja pela reutilização no próprio processo produtivo. No campo ambiental, a tecnologia evita o envio de toneladas de resíduos aos aterros sanitários, contribuindo diretamente para a redução de impactos e emissões.
“O registro no INPI é o reconhecimento de um trabalho que alia ciência e responsabilidade ambiental. É a prova de que o conhecimento gerado na universidade pode se transformar em impacto real na sociedade e na indústria”, afirma Fávaro.
Os próximos passos incluem otimizar o protótipo em escala industrial, avaliar novas aplicações e buscar parcerias para transferência de tecnologia, ampliando o alcance da inovação.
SERVIÇO
Patente UEM – Máquina de Reciclagem de Rótulos e Etiquetas
Tipo de registro: Modelo de Utilidade
Órgão: Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)
Inventores: Professores Silvia Luciana Fávaro, Flávio Clareth Colman, Wagner André dos Santos Conceição e Jean Rodrigo Bocca; e acadêmicos Leonardo Kerkhoff de Morais, Lucas Camarotto Monteiro e Said Knabben El Chama
Departamento: Engenharia Mecânica (DEM-UEM)
Finalidade: Triturar e reaproveitar resíduos de rótulos e etiquetas adesivas
Impacto: Redução de resíduos industriais e geração de matéria-prima reciclada
Mais informações: portfólio de tecnologias da UEM ou (44) 3011-4119 (Núcleo de Inovação Tecnológica - NIT)
(Marilayde Costa/Comunicação UEM)