A Câmara de Maringá abriu espaço durante a sessão desta terça-feira (18) para enfatizar a promoção da igualdade racial. O presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB Maringá, Jeferson Rodrigues, destacou o fortalecimento do debate sobre a igualdade racial e a valorização da cultura afro-brasileira em Maringá. Neste dia 20 de novembro é celebrado do dia da Consciência Negra.
A vereadora Ana Lúcia Rodrigues, autora do convite para uso da tribuna, sublinhou que o 20 de Novembro é mais do que uma data. “É um chamado à memória, à justiça e à transformação”. A parlamentar lembrou que a presença do representante da OAB “é símbolo vivo da luta por equidade em um país onde a população negra ainda precisa resistir, para existir com dignidade em espaços de poder onde a consciência racial deve ser um princípio estruturante e não apenas uma data no calendário”.
Jeferson Rodrigues lembrou que é um homem negro, de 30 anos, e contrariando as estatísticas, em um país em que a cada 12 minutos um jovem negro morre no Brasil, é advogado e mestre em Direito.
“Minha formação se concretizou com muita luta e suor, mas é resultado também de muito sangue derramado lá atrás de meus ancestrais. Não poderia deixar de mencionar o nome de Luiz Gama André Rebouças, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Maria Firmina dos Reis, Luisa Marin e por fim tão importante quanto Esperança Garcia, mulher negra e a primeira mulher advogada do Brasil. Se hoje estou aqui é porque eles lutaram e conquistaram direitos que até então eram negados à população negra”, observou Rodrigues.
O convidado lembrou ainda de direitos que eram negados aos negros, como o de estudar, conforme o decreto 1 de 1837 e a figura de Zumbi dos Palmares, quilombola que “desafiou a coroa real e derramou o seu sangue pela resistência e pela liberdade de milhares de negros escravizados”.
“O dia 20 não é apenas uma data no calendário e um feriado. É um marco atemporal que remonta a memória e a resistência de Zumbi dos Palmares e que nos convoca a encarar as profundas desigualdades raciais que persistem em nosso país. Falar de consciência negra é falar de identidade, da beleza da cultura de ancestralidade, é reconhecer que a história negra não começa na escravidão mas em civilizações africanas sofisticadas em saberes milenares", destacou.
Rodrigues ressaltou que “vivemos num país em que a cor da pele infelizmente acaba por determinar oportunidades, tratamento, segurança e até a expectativa de vida”. “Não é uma opinião mas é uma realidade. O combate exige mais do que palavras, exige atitudes, políticas de educação e coragem para revisar privilégios e quebrar esse silêncio”, afirmou.
O dia 20 de novembro foi escolhido como o Dia da Consciência Negra por ser a data da morte de Zumbi dos Palmares, líder histórico na resistência contra a escravidão. A data, que se tornou feriado nacional em 2024, representa um marco na valorização da história e da luta do povo negro. Além de relembrar a trajetória de resistência, a comemoração incentiva a reflexão sobre o racismo estrutural e a urgência de combater todas as formas de preconceito presentes na sociedade.
(Fonte: Comunicação CMM)