A Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30) contou com a participação de Maringá em um dos painéis dedicados à construção sustentável na quarta-feira, 19. No encontro, o prefeito Silvio Barros, presidente da Comissão de Meio Ambiente e Mitigação Climática da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), apresentou a lei municipal nº 1.510/2025, proposta neste ano pelo Poder Executivo, que incentiva o uso de madeira engenheirada e outros materiais de baixo impacto ambiental nas edificações.
Com legislação própria, Maringá se tornou a segunda cidade do mundo a aderir aos ‘Princípios da Construção Responsável em Madeira’, estabelecidos pela organização internacional Built by Nature. A partir das discussões, ficou definido que Maringá sediará, no início de 2026, um evento internacional voltado às práticas de construção com madeira de fontes ambientalmente responsáveis.
O município foi representado pelo prefeito no painel ‘Construindo para as florestas e as pessoas: entregando soluções para edificações resilientes e responsáveis’ (em tradução livre). O evento reuniu autoridades globais dos setores ambiental e urbano para debater o plano “Construindo para as florestas”, que estimula o uso de madeira sustentável como alternativa de baixo carbono para edificações. Estimativas apresentadas no painel revelam que o setor de construção responde por quase 40% das emissões globais de gases de efeito estufa, enquanto 2,8 bilhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso à moradia adequada.
“Mostramos que Maringá está construindo caminhos práticos para reduzir emissões e estimular técnicas sustentáveis. A nossa lei de incentivo à construção em madeira foi reconhecida pelos participantes e, como resultado, firmamos o compromisso de realizar, em 2026, um grande evento internacional sobre o tema na nossa cidade”, afirmou o prefeito Silvio Barros.
Além do prefeito de Maringá, participaram do painel Hongpeng Liu (PNUMA), H.E. Norbert Totschnig (Áustria), George Tarus (Quênia), Paul King (Built by Nature), Judy Zakreski (International Code Council) e Sheam Satkuru (ITTO), além do embaixador da COP 30, Dan Ioschpe.
“O acordo para realização, em Maringá, de um evento internacional em 2026 reforça o posicionamento da cidade como referência em sustentabilidade urbana, habitação acessível e inovação regulatória”, frisou o prefeito.
Organizadores - A organização do painel contou com a participação da Sustainable Wood for a Sustainable World (SW4SW); Forests & Climate Leaders Partnership (FCLP); Built by Nature; GlobalABC Adaptation Hub; Observatoire de l’Immobilier Durable (OID); International Code Council (ICC); e GlobalABC.
Legislação municipal - A lei municipal nº 1.510/2025 incentiva o uso de materiais e técnicas construtivas sustentáveis no município. A iniciativa propõe incentivos urbanísticos em várias zonas da cidade, com foco em descentralização, criação de centralidades e estímulo a edificações de menor impacto ambiental.
Entre os principais pontos da lei estão: benefícios para empreendimentos que utilizarem madeira engenheirada (conjunto de tecnologias de madeira processada para uso estrutural na construção civil) e fibras naturais; incentivo a soluções baseadas na natureza e técnicas de drenagem sustentável; acréscimo não oneroso de até cinco pavimentos para edificações sustentáveis e de uso misto; estímulo a fachadas ativas e áreas de fruição pública.
Nesta terça-feira, 18, o secretário de Urbanismo e Habitação, Matheus Barros, também apresentou na COP 30 aspectos técnicos e sociais da legislação, destacando pesquisas internacionais que apontam benefícios ambientais e de bem-estar associados ao uso de madeira engenheirada.
(Texto: Comunicação PMM. Foto: Sergio Moraes/COP30)