Riscos iminentes às atividades de ensino, pesquisa, extensão e cultura. Falta de recursos humanos e de infraestrutura. País querendo sensibilizar lideranças políticas. Certamente, o 15 de maio de 2019 já é uma data que figura como marco político-educacional. É a Greve Nacional pela Educação Pública, aderida por professores e estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), movimento que protesta contra cortes de verbas e bloqueio de bolsas de pós-graduação. A reitoria da UEM apoia o Movimento em Defesa das Universidades Públicas.
“O movimento é essencial para mostrar à sociedade que a comunidade ligada a educação, ciência e tecnologia é ativa e está em defesa de um capital construído ao longo da história. Não podemos pensar em cortes de recursos para a Educação, pois, dependemos muito da Educação em todos os seus níveis”, pronuncia o reitor da UEM, Julio César Damasceno.
De acordo com ele, as universidades devem continuar a ser vistas como referências que são na formação de pessoas, produção de conhecimento e prestação de serviços gratuitos à comunidade em todas as áreas.
“O momento é de luta em conjunto! Acreditamos que a Educação tem que ser pública, gratuita e de qualidade. E esperamos que o governo veja nossa indignação, nossa revolta e, antes de fazer qualquer ajuste ou modificação, entre em diálogo com os estudantes”, reivindica Barbara Rocha Segantine, presidente interina da União Maringaense dos Estudantes Secundaristas (Umes).
Às 18h de hoje (15), o governo paranaense, um dos alvos do protesto, irá se instalar oficialmente na 47ª Exposição Feira Agropecuária, Industrial e Comercial de Maringá (Expoingá 2019).
Na manhã de hoje (15), Segantine comandou o carro de som que esteve em frente ao Ginásio Municipal de Esportes “Francisco Bueno Neto” (Chico Neto), em Maringá (PR). Foi o primeiro ato do dia por parte da Umes e de docentes e discentes da UEM. Após concentração no local, o veículo, acompanhado de manifestantes, percorreu a Avenida Colombo e foi até o Colégio Estadual Doutor Gastão Vidigal, convocar aderência de alunos e professores desta unidade. Caminharam até a Avenida Brasil e retornaram em frente ao Ginásio Chico Neto. Durante o trajeto, expuseram cartazes, “velaram a Educação” em um caixão de papelão e proferiram coros de ordem, como “A nossa luta é todo dia. / Educação não é mercadoria!”.
Edmilson Aparecido da Silva, presidente da Seção Sindical dos Docentes da UEM (Sesduem), considera que “os alunos estão percebendo, na pele, os riscos que a universidade está correndo”, por isso, está esperançoso que efeitos positivos irão surtir. Dentre estes, espera o fim da Desvinculação de Receitas de Estados e Municípios (Drem).
“A Drem é o contingenciamento do recurso que a própria universidade gera. E a afeta em todas as pontas, faz com que a qualidade de serviço prestado caia muito. É muito importante que essa desvinculação caia o mais rapidamente possível para que a universidade volte a suas atividades normais”.
Como presidente do Centro Acadêmico de Educação Física da UEM, Krigor Camargo Barela Faeda, também estudante do 2º ano da licenciatura em Educação Física, fez questão de ir às ruas neste 15 de maio.
“O governo veio a público e colocou que se nós, estudantes e professores, apoiássemos a Reforma da Previdência, ele reveria a questão do corte [de verbas]. Diante disso, ficou claro que ele quer nos colocar contra a classe trabalhadora”, revolta-se.
Ainda na visão do universitário, a sociedade precisa tomar consciência maior de que necessita dos serviços universitários, incluindo os de saúde. “Estamos aqui para servir e contribuir ao máximo com a sociedade”, declara.
Programação de 15 de maio
• Às 14h, no Auditório 29 de Abril (Bloco I-12 da UEM): mesa-redonda sobre a Drem, com falas do pró-reitor de Administração da UEM, Antonio Marcos Flauzino dos Santos, do assessor de planejamento da UEM, João Marcelo Crubellate, e de técnicos desses dois órgãos.
• Às 17h: ato de professores e alunos da UEM. Concentração em frente à Biblioteca Central (BCE). Em seguida, caminhada em direção ao Portão 9 (Rua 10 de Maio), depois à Avenida Herval e retorno à universidade pela Rua Professor Lauro Eduardo Werneck (prolongamento da Avenida Duque de Caxias).
• Às 19h30, no Auditório 29 de Abril (Bloco I-12 da UEM): mesa-redonda sobre a “Contrarreforma da Previdência”.
(Foto: Assessoria UEM)