As obras de reforma, ampliação e modernização da estrutura do Aeroporto Regional Silvio Name Júnior, de Maringá, previstas para terem início no segundo semestre deste ano, consolidarão os resultados positivos verificados desde o final de 2017, quando as demonstrações financeiras apontaram que o terminal passou a ser lucrativo.
As obras programadas fazem parte do termo de compromisso firmado entre o município e o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil - MTPA, que prevê o repasse de recursos do governo federal para reforma estrutural, modernização e aumento da extensão da pista em mais 280 metros, passando dos atuais 2.100 metros para 2.380 metros. A execução do projeto está orçada em R$ 81,5 milhões, com contrapartida do município correspondente a 6% do valor final.
De acordo com o superintendente da empresa SBMG S/A Terminais Aéreos de Maringá - que administra o aeroporto -, Fernando Rezende, os bons resultados financeiros vêm sendo registrados desde o final de 2017, quando os números negativos que vinham sendo apresentados em anos anteriores foram revertidos e, de lá até hoje, o Aeroporto passou a fechar os balanços anuais com saldo positivo de caixa.
“No ano passado, por exemplo, as operações registraram um lucro líquido superior a R$ 1,1 milhão, com um faturamento bruto de R$ 16,2 milhões. O resultado superou em 9,59% o faturamento bruto de 2017, que chegou a R$ 14,8 milhões e resultou no primeiro lucro líquido de R$ 280 mil. Antes disso havia prejuízo todo ano”, destaca Rezende.
As prestações de contas do Aeroporto Regional de Maringá dos exercícios dos últimos dois anos foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR).
Voos particulares
Agora em 2019, segundo o superintendente, o fator que ganha destaque é a utilização do aeroporto para voos da Aviação Geral.
Conforme relatório da Diretoria de Navegação Aérea do terminal, a Aviação Geral é responsável pela maior parte das operações diárias do aeroporto. Em 2018 foi responsável por 70% do volume total de pousos e decolagens na pista, contra 26% de operações da Aviação Regular, representada pelas grandes companhias aéreas.
Em 2017 a proporção foi de 65% voos gerais contra 28% regulares; em 2016 de 60% a 27% e em 2015 havia sido de 57 a 41%, sinaliza o relatório.
No ano passado foram realizadas 27,4 mil operações no aeroporto, 23% a mais que as 22,3 mil de 2017.
Em 2019 o movimento mensal mantém a média de 2,4 mil operações e a média diária é superior a 80, reunindo os dois tipos de voo.
“Esse conjunto todo já representa um aumento de 18 por cento nas receitas operacionais do Aeroporto que, aliada à diminuição de 10% que promovemos nas despesas, resultaram na recuperação gradual do superavit financeiro”, observa Rezende, acrescentando também a isenção do repasse de 30% do valor das taxas de embarque que, antes, eram recolhidas ao Fundo Nacional de Aviação.
Estrutura melhorada
Mesmo com a redução de gastos, a partir de 2018 a administração do Aeroporto realizou ações de manutenção infraestrutural em toda a extensão da pista de pouso e decolagem e revitalizou a pintura da sinalização horizontal, que envolveu novas linhas de segurança no pátio e posicionamento de aeronaves, novas faixas de pedestre para passageiros e nas vias de serviço operacional.
Também foram incluídas guias de acessibilidade em todo o terminal, construção de espaço para restituição de bagagem na área de desembarque, construção de cobertura no controle de acesso à guarita 1, manutenção no sistema de condicionamento de ar, troca de divisórias e implantação do sistema de leitor de código de barras no espaço de embarque, que ganhou mais 70m² de ampliação.
Em todo o saguão de passageiros foi feita a implantação de serviço de wi-fi público gratuito e aplicadas trilhas com pisos tácteis para mobilidade de pessoas com deficiência visual.
Também foi recuperado o sistema de circuito fechado de TV em todo o sítio aeroportuário, adquiridas câmeras de alta resolução, implantado sistema de planejamento estratégico - coordenado pelo Sebrae, adquiridos dois novos veículos, reestruturado e adequado o organograma de gestão, implantada transparência de informações no portal da Prefeitura e reestruturada a escala do centro de operações aeroportuárias (COA).
A contenção de gastos também envolveu o fim do pagamento de horas extras e o desligamento dos funcionários concursados da empresa SBMG, oriundos da reserva da Força Aérea Brasileira, que atuavam na Torre de Controle (EPTA).
Novos hangares
Neste ano a administração do Aeroporto Regional ampliou o estacionamento para embarque e desembarque de passageiros para mais 36 vagas, passando de 26 para 62 vagas disponíveis para automóveis.
Para eliminar os congestionamentos de carros, foi acrescentada uma pista para acesso ao aeroporto, além de duas pistas para saída, com colocação de semáforo por sensor e novo sistema de sinalização.
No mês passado foi realizada licitação e definida a empresa concessionária do Terminal de Cargas (Teca) do Aeroporto.
A empresa vencedora apresentou a proposta de pagamento de R$ 18,5 mil de aluguel mais 5 por cento de participação sobre o faturamento mensal.
Também está em processo de licitação o projeto para construção de cinco novos hangares no terminal de cargas aéreas, que irão se somar à recepção de cargas terrestres para cobrir a lacuna aberta com a saída do Porto Seco de Maringá.
Está em andamento também a concessão de cinco espaços comerciais no piso superior do terminal de passageiros para aumentar as opções na Praça de Alimentação, além de ações para melhor aproveitamento rentável de outras áreas do sítio aeroportuário, onde se destaca a licitação de 3 mil m² do novo estacionamento para locadoras de veículos. “A guarda de veículos também poderá gerar um incremento de receita de mais R$ 27,2 mil mensais para o Aeroporto”, conclui Rezende.
(Foto: PMM)
MAIS...