Em continuidade às ações favoráveis à inclusão de cotas para negros nos vestibulares da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o grupo Professores Pró-Cotas Raciais na UEM e o Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afrobrasileiros (Neiab) organizaram uma mesa-redonda sobre os aspectos legais da questão.
Os debates sobre a esfera jurídica foram conduzidos pelo juiz federal Pedro Pimenta Bossi e pela professora Gisele Mendes de Carvalho, diretora-adjunta do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UEM. O encontro ocorreu na noite de ontem (22), no Auditório do Bloco C-34 do câmpus sede. “O Supremo já decidiu, há vários anos, sobre a constitucionalidade das políticas de cotas raciais. Elas prestigiam a igualdade material, uma vez que reconhecem injustiças históricas contra afrodescendentes e permitem que estas pessoas possam competir de maneira mais equânime com quem não viveu injustiças históricas”, relata o juiz.
Evento ocorre no Auditório do Bloco C-34
Bossi expôs exemplos como da Universidade de Brasília (UnB), a primeira universidade federal a ter uma política de cotas raciais, e da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. “As universidades britânicas têm baixa representatividade de negros. Em Cambridge, o número de estudantes negros atingiu um pico máximo de pouco mais de 3% agora. É muito pouco! No entanto, cresceu 50%, muito em virtude de políticas próprias que estão implementando e ao cantor de hip-hop Stormzy, que banca estudo de alguns negros”.
Hoje (23), o grupo Professores Pró-Cotas Raciais na UEM entregou uma camiseta do movimento para o reitor, Julio César Damasceno. E a programação em defesa das cotas para negros continua: na quarta-feira que vem (30), o tema será abordado em reunião da Câmara de Graduação do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da universidade.
(Fotos: Comunicação UEM)