Os Jogos Escolares da Juventude já haviam recebido atletas argentinos, britânicos, chilenos, paraguaios, turcos, uruguaios e venezuelanos, mas nunca uma africana. Pelo menos não até esse fim de semana. Para a edição de Blumenau 2019, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) inovou e convidou atletas da Comunidade de Países da Língua Portuguesa para participarem do evento, sendo a angolana Marcia Rebeca Dica, de apenas 14 anos, indicada para disputar as provas de velocidade.
Essa é a segunda viagem internacional da pequena angolana. A primeira havia sido uma competição escolar na cidade do Porto (Portugal), em 2018. A jovem está acompanhada da professora Sara Tavares, especialista em iniciação esportiva, e já conheceu o Centro de Convivência dos Jogos, montado na Vila Germânica, e interagiu com atletas de todo o Brasil.
“Estou gostando muito. Achei a ideia das pulseiras muito interessante, ajuda a aproximar as pessoas. No primeiro dia eu já tinha as cinco pulseiras coloridas”, diz Marcia, exibindo orgulhosa as pulseiras com as cores dos aros olímpicos, que cada atleta recebe dentro de um kit com squeeze, camisa e sacola.
O intercâmbio do COB com outros Comitês Olímpicos Nacionais vem se tornando cada vez mais frequente nos Jogos Escolares da Juventude. Desde o início desta década, observadores técnicos de diversos países e atletas estrangeiros têm marcado presença na competição.
Além da angolana Márcia, os Jogos Escolares receberão uma delegação japonesa este ano, composta por 22 integrantes, entre atletas, treinadores e oficiais, que desembarca em Blumenau (SC) nesta terça-feira, 26. Esta não é a primeira participação dos japoneses nos Jogos Escolares. Na edição de Brasília 2017 (15-17 anos), seis atletas disputaram provas de natação e atletismo, e três deles, inclusive, subiram ao pódio: Ayumi Kozaka, ouro nos 100m borboleta feminino; Azuki Nakatsugawa, prata no salto em distância masculino; e Sena Suzuki, bronze nos 100m rasos feminino.
Já em Natal 2018 foram oito participantes, todos da natação. Os membros das equipes japonesas nas três edições dos Jogos Escolares vêm de cidades que servirão como base de aclimatação do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020: Chuo, Hamamatsu, Sagamihara, Saitama e Ota.
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Em Cuiabá 2011, a Grã-Bretanha enviou uma delegação que contava com o nadador James Guy, medalhista de prata nos Jogos Olímpicos Rio 2016 (4x100m medley e 4x200m livre). Cinco nadadores britânicos participaram da competição, já no clima de Londres 2012.
Em 2015 e 2016, delegações da Argentina disputaram os Jogos Escolares da Juventude. Além dos argentinos, o ano de 2016 contou ainda com a participação de 24 atletas chilenos da natação e do atletismo, incluindo as irmãs gêmeas Daniela e Katalina Muñoz, então com 15 anos. Os chilenos receberam o convite, uma vez que os Jogos Sul-americanos da Juventude 2017 foram disputados em Santiago, e os argentinos pela proximidade dos Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018.
A paraguaia Sabrina Morinigo, por sua vez, foi bicampeã dos Jogos Escolares da Juventude em 2011 e 2012, no handebol feminino (15 a 17 anos), pelo Colégio Castro Alves, de Cariacica (ES). E jovens uruguaios defenderam equipes do Sul do Brasil, principalmente Uruguaiana, enquanto venezuelanos, moradores de cidades amazonenses e roraimenses, constantemente marcam presença no evento.
Até a filha de um diplomata turco participou dos Jogos Escolares da Juventude, em Natal 2018, defendendo a Escola SEB Dínatos, de Brasília (DF). O intercâmbio e a troca de conhecimento entre os jovens atletas de todo o mundo com os brasileiros engrandece a vida de cada participante da maior competição escolar do país.
Os Jogos Escolares da Juventude são uma realização do Comitê Olímpico do Brasil (COB), com o apoio da Prefeitura de Blumenau e do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte).
(Foto: William Lucas/Inovafoto/COB)
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