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D'Alessandro é o argentino com mais jogos em Libertadores
Futebol - Libertadores da América
Publicado em 21/02/2020

A Libertadores é diferente. Principal torneio da América, mistura cores, nuances, aromas e ritmos. Participar do campeonato, sonho de todas as equipes espalhadas do Mar do Caribe ao Cabo Horn, é um privilégio para poucos. Ser protagonista? Condição ainda mais rara. Brilhar vestindo as cores de algumas das instituições mais tradicionais do continente, então, converte-se em oportunidade oferecida apenas a atletas diferenciados. Caso, por exemplo, de Andrés Nicolás D'Alessandro, camisa 10 colorado, que na quarta-feira (19), durante duelo entre Inter e Tolima, na Colômbia, assumiu o posto de argentino com mais partidas disputadas no certame.

 

Ídolo colorado, D'Ale já disputou 85 confrontos válidos pelo principal torneio de clubes do continente. Todos, registre-se, por equipes campeãs. Após estrear no certame vestindo as cores do River, e com os 'Millonarios' atuar em três edições consecutivas, defendeu, em 2008, o San Lorenzo - verdade seja dita, antes de o time do coração do atual Papa levantar a taça. Por fim, desde 2010 'El Cabezón' tem envergado o manto do Clube do Povo em todas as edições que contaram com a presença do Inter. Argentino de nascença, no mais meridional estado brasileiro virou divindade e, por aqui, converteu-se em uma personificação da Libertadores. Hermano, nascido no país de mais títulos na competição, ostenta rica história no Brasil, segundo na lista de troféus. Assim, fundindo ao murgueiro embalo buenairense a malemolência típica das terras brazucas, tornou-se único. Praticamente um jogador híbrido. Absolutamente único, como seus números na 'Copa' provam.

 

A estreia de D'Alessandro em partidas de Libertadores aconteceu no dia 22 de fevereiro de 2001. No Monumental de Núñez o River recebia o The Strongest, da Bolívia, em partida válida pela fase de grupos da competição. Comandados pelo ídolo Ramón Díaz, dono da casamata desde 1995 e campeão da América no ano seguinte, os Millonarios tinham como grande estrela o meio-campista Ariel Ortega, à época acompanhado por outro atleta de destaque, Eduardo Coudet, na região central do campo.

 

Transcorridos nove minutos do segundo tempo do confronto entre argentinos e bolivianos, Andrés foi chamado e pôde debutar no torneio. Entrou exatamente na vaga de Ortega, com o placar já indicando o 2 a 0 para os mandantes. Em campo, teve boa atuação, e ajudou na construção do impactante 5 a 1 hermano. Promovido aos profissionais no segundo semestre da temporada anterior, D'Ale aproveitou a edição de 2001 da Libertadores para somar minutos ao longo dos cinco jogos que disputou. Notório em seu desempenho, chegou a encerrar o torneio como titular, iniciando a partida de volta das quartas de final entre River e Cruz Azul, encerrada com triunfo dos mexicanos, que naquele ano seriam vice-campeões do continente.

 

Foi também figurando entre os 11 iniciais que D'Alessandro abriu a Libertadores do ano de 2002. Titular nas primeiras partidas, logo passou a ocupar posição de destaque no time Millonario. Insinuante, somou assistências e ganhou ainda mais casca no torneio. Assim, se na temporada anterior fora um importante membro do grupo, em sua segunda edição da 'Copa' já se destacava como um dos principais atletas do elenco platense. Deste posto, inclusive, evoluiu para o papel de protagonista em 2003. Comandado, então, por Manuel Pellegrini, e credenciado pela participação fundamental que exercera na conquista do Clausura argentino do semestre passado, El Cabezón anotou quatro gols no certame, inclusive sobre os brasileiros do Corinthians, nas oitavas de final. De alto nível, suas atuações despertaram o interesse do velho continente, flerte que teve como consequência, em breves meses, a venda do argentino para o Wolfsburg, negociação esta que interrompeu sua sequência de participações em campeonatos sudacas.

 

O retorno de Andrés à América aconteceu em 2008. Ano em que chegou ao Inter, também foi de passagem, no primeiro semestre, pelo San Lorenzo, equipe que defendeu na Libertadores. Nas oitavas, D'Alessandro teve de encarar o grande desafio de enfrentar seu ex-time. Após vitória por 2 a 1 no jogo de ida, a Azulgrana se viu, transcorridos 15 minutos da segunda etapa, com dois a menos em campo e derrotada, parcialmente, por 2 a 0. A eliminação parecia inevitável para todos, menos aos visitantes que, embora encarando um Monumental de Núñez lotado e o poderio ofensivo dos Millonários treinados por Diego Simeone e estrelados por Falcão Garcia e Loco Abreu, buscaram o empate. E o fizeram maestrados pela canhota de D'Ale, que serviu Bergessio, autor dos dois tentos, no momento deste anotar o segundo.

 

Não foi em 2010, contudo, que D'Ale anotou seu primeiro tento em Libertadores vestindo vermelho. Toda a espera, todavia, foi compensada com uma verdadeira pintura marcada sobre o Jorge Wilstermann, em 2011, durante vitória colorada pelo placar de 3 a 0, no Beira-Rio. Na edição seguinte o argentino voltou a balançar as redes, desta vez do Once Caldas, na Colômbia, em partida de volta da Pré-Libertadores. Nenhuma temporada foi tão artilheira com o manto colorado, no entanto, quanto a de 2015, quando nosso ídolo marcou quatro gols, incluindo uma obra de arte diante do Atlético-MG, no Gigante. 

 

Emprestado pelo Inter, em 2016 D'Alessandro retornou ao River Plate e, por lá, disputou sua quarta Libertadores com a camisa millonaria. Comprovando o momento fulminante e matador que vivia, o argentino marcou mais três gols, assim chegando a 13 em sua história no torneio. Desde seu retorno ao Colorado, o camisa 10 participou da edição de 2019, atuando em todas as 10 partidas do Clube do Povo no certame, e segue atuando agora em 2020, quando já esteve em campo nos três confrontos pelo Inter jogados. Confira a relação de todas as partidas do ídolo alvirrubro em Libertadores:

(Foto: Ricardo Duarte/Inter)

 

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