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Barreira de proteção é instalada ao redor de navio encalhado no Maranhão
Notícias do Brasil
Publicado em 29/02/2020

Uma barreira de proteção com mais de mil metros foi colocada ao redor do navio Stellar Banner, que está encalhado a cerca de 100 quilômetros (km) da costa do Maranhão, informou hoje (29) o coordenador de atendimento a emergências ecológicas Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcelo Amorim.

 

O navio, que saiu do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, e iria para a China, encalhou com cerca de 275 mil toneladas de minério de ferro, além de quatro milhões de litros de combustível e óleo.

 

De acordo com Amorim, a medida faz parte de uma série de ações para evitar um desastre ambiental caso haja vazamento de óleo. Ontem (28), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) disse ter identificado durante um voo de inspeção uma mancha de óleo a 830 metros ao redor da embarcação.

 

"Todas as ações preventivas estão sendo planejadas e os recursos disponibilizados para que, se ocorrer um vazamento, as empresas possam dar a melhor resposta o mais rápido possível”, disse Amorim Durante coletiva para tratar das ações tomadas para evitar um vazamento de material.

 

O representante do Ibama disse que os 333 litros de óleo avistados são residuais e que uma vistoria constatou que os tanques da embarcação estão intactos, a casa de máquinas do navio está seca e os motores de geração de energia estão em funcionamento. Um novo voo para detectar possível novo vazamento será realizado na tarde deste sábado.

 

“O que foi detectado foram pouco mais de 300 litros do que chamamos de resíduos oleosos, esse material foi carregado quer seja pela chuva, quer pela água do mar e se encontra na superfície da água. É uma camada muito fina”, disse. “A melhor prática no mundo para esta situação se chama dispersão mecânica, que é quando se utiliza a própria embarcação para que o óleo se quebre em partes menores e seja mais fácil de ser naturalmente absorvido por bactérias que se alimentam do petróleo no mar”, acrescentou.

 

Durante a coletiva, o comandante do 4º Distrito Naval, vice-Almirante Nilton de Almeida Costa Neto disse que está em elaboração um plano para reflutuar o navio. A medida envolve, entre outras ações a retirada do óleo combustível que está nos porões da embarcação e parte do minério. Ainda não há uma data para a realização da operação, que está sendo construída em conjunto com a marinha, o Ibama a empresa Polaris, proprietária da embarcação e a Vale, que abasteceu o navio com o minério.

 

“A primeira carga que provavelmente vai sair é a de óleo para evitar qualquer tipo de contaminação e a parte do minério vai ser retirada conforme a necessidade para que o navio possa reflutuar, as vezes não há necessidade de se retirar todo o minério”, disse o comandante.

 

Duas embarcações da Marinha foram deslocadas para o local do incidente e ajudarão no levantamento de informações, entre elas sobre a densidade do banco de areia onde o Stellar está encalhado. Costa neto disse que outras quatro embarcações especializadas no atendimento a derramamento de óleo em plataformas de petróleo, chamadas de Oil Spill Recovery Vessel (OSRV), foram direcionadas para o local onde o navio está encalhado.

 

Elas também darão apoio de forma preventiva ao incidente. “Não vamos esperar que haja algum problema para que a gente coloque alguma situação, porque é muito longe e não teríamos como deslocar para lá e instalar barreira depois de ter começado um vazamento, tem correntes fortes”, disse o comandante. “Temos que tomar uma série de medidas para qualquer tipo de eventualidade”, acrescentou.

 

Um inquérito administrativo foi aberto para apurar as causas do acidente. A expectativa é que a análise das informações demore cerca de 90 dias. “Nenhum acidente desta monta se estipula uma causa de imediato. O inquérito vai levantar todos os dados técnicos e as oitivas com todos os envolvidos que tiveram algum tipo de participação no incidente”, disse.

(Luciano Nascimento/Agência Brasil)

 

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