A seleção brasileira de Ginástica Artística inicia a terceira semana de dois meses de treinos previstos para a equipe dentro da Missão Europa do Comitê Olímpico do Brasil (COB), na cidade de Sangalhos, a pouco mais de 230 km de Lisboa. O grupo é formado por 10 atletas, mas uma ausência é muito sentida: Déborah Medrado, 18 anos, campeã dos Jogos Pan-americanos Lima 2019 e uma das principais lideranças do conjunto brasileiro.
Isto acontece porque a atleta aproveitou a pandemia do novo coronavírus (covid-19) e o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para realizar uma cirurgia no segundo metatarso dos pés esquerdo e direito.
Contudo, mesmo não estando em Portugal com as companheiras de equipe, a capixaba acompanha as atividades. “Desde o início da quarentena, nossos treinos eram virtuais. Infelizmente a Déborah não veio. Porém, para ela continuar conosco a colocamos no computador para fazer o mesmo treino”, explica Beatriz Linhares, que, assim como Déborah, conquistou um ouro (3 arcos e 2 maças) e dois bronzes (geral e 5 bolas) nos Jogos de Lima no ano passado.
“Estamos aqui, todas juntas novamente, e ela deve ficar um pouco sentida. Não queremos que ela desanime e estamos tentando, ao máximo, mesmo de longe, trazê-la para perto”, completa Bia, 17 anos, e que é natural de Florianópolis (SC).
Em relação aos trabalhos da equipe dentro do ginásio, apesar do longo tempo afastada, a seleção já nota uma evolução técnica e física. “Tivemos algumas dores musculares, o que é normal, mas [o retorno] não está sendo tão difícil pelo fato de estarmos muito empolgadas. Foi apenas uma pausa, agora voltamos aos treinos e estamos focando no nosso objetivo, que é lutar pela vaga olímpica”, declara Duda Arakaki, 16 anos, que esteve nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018, em Buenos Aires (Argentina).
(Texto: Juliano Justo/Agência Brasil. Foto: Marcello Bravo/COB)