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Medalhistas paralímpicos têm nomes eternizados na Cidade das Artes Marciais
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Publicado em 15/08/2020

Os judocas paralímpicos Wilians Araújo e Karla Cardoso tiveram seus nomes eternizados na Cidade das Artes Marciais, inaugurada esta semana em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro (RJ). Ele faturou a medalha de prata, na categoria até 100 quilos, nas Paralimpíadas Rio 2016; já ela subiu duas vezes ao pódio, na categoria até 48 kg, com duas pratas: uma nos Jogos de Atenas (2004) e outra em Pequim (2008).

 

 

"Cerimônia muito emocionante. Já tenho meu nome na Calçada da Fama e em uma placa gravada no dojo [local dos treinos] do Flamengo. Mas estar aqui, sendo homenageada ao lado de todas essas pessoas tão importantes no esporte, é muito marcante”, afirmou Karla à Agência Brasil. 

 

O companheiro de tatame também disse que ficou comovido com a homenagem. "Emocionante estar lá com a minha família, os meus senseis, a Karla, alguns amigos. Momento único. Nós vamos passar. Não estaremos mais aqui na Terra, e, mesmo assim, todo mundo vai saber quem foi Wilians Araújo. Isso dá mais força e mais energia", revelou Wilians..

 

Os dois são de "gerações diferentes", mas isso não impede que sejam amigos. "Treinamos juntos. Ele é um cara muito legal. Receber a homenagem junto com ele torna o momento ainda mais especial", disse Karla, de 38 anos, que já esteve em quatro Paralimpíadas. “Ela tem dez anos a mais do que eu. E uma história espetacular. Atleta top em nível mundial. Gratificante estar com ela e ser amigo dela também", devolveu o judoca.

 

Karla Cardoso é uma das pioneiras da modalidade e disputa as competições na classe B3 (lutadores que conseguem definir imagens). Ela nasceu com deficiência visual e começou no esporte aos 12 anos, por influência do irmão mais velho. "Claro que aquelas medalhas paralímpicas foram especiais demais. Mas teve uma conquista que eu guardo também com muito carinho. A medalha de ouro nos Jogos Mundiais de 2003. A primeira vez que eu ouvi o hino do Brasil no pódio. Uma emoção bem diferente", recorda a atleta. 

 

O paraibano Wilians Araújo, de 28 anos, perdeu a visão aos 10, em um acidente com tiro de espingarda. Ele participa dos torneios na classe B1 (cegos totais). Durante as categorias de base, Wilians chegou a praticar goalball, natação e futebol de cinco, mas se encontrou mesmo foi no judô. Além da medalha na Rio 2016, o atleta conquistou o 5º lugar nos Jogos de Londres (2012). No judô paralímpico, independentemente da classe funcional dos judocas, todos participam juntos das competições.

 

A Cidade das Artes Marciais, onde está a calçada da fama do judô, é um complexo com 12 praças, cada uma homenageia um grande mestre. No judô, além da dupla Karla e Wilians, foram homenageados Rosicleia Campos, ex-atleta olímpica e atual coordenadora do judô feminino na Confederação Brasileira de Judô (CBJ); Jucinei Costa, técnico da seleção paralímpica em 2004 e 2008; o sensei Geraldo Bernardes; o medalhista Flávio Canto (Atenas-2004);  e os campeões olímpicos Aurélio Miguel (Seul-1988), Rogério Sampaio (Barcelona-1992), Sarah Menezes (Londres-2012) e Rafaela Silva (Rio 2016).

 

Tóquio 2021

Até o fechamento do ranking classificatório para a Paralimpíada de Tóquio (Japão) - transferidas para o período de 24 de agosto e 5 de setembro de ano que vem - ocorrerão duas competições, uma abril e outra em maio. Os campeões ganharão  210 pontos, mais a pontuação decorrente das vitórias em cada uma das lutas. 

 

Karla Cardoso, atualmente na 12ª posição no ranking mundial na categoria até 52 kg, está a 130 pontos da "zona de classificação", e está perto de carimbar o passaporte para sua quinta paralimpíada.

 

O judoca Willians Araújo, 8º colocado na categoria acima de 100kg,  também tem a classificação muito bem encaminhada.

(Texto: Juliano Justo/Agência Brasil. Foto: Leandro Martins/CPB/MPIX)

 

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