Aos 24 anos, a velocista Vitória Rosa continua trabalhando em São Paulo com um objetivo. A carioca pretende estar nos Jogos Olímpicos de Tóquio em três provas, os 100 metros, os 200 metros e o revezamento 4x100 metros. “Sinto que posso. O Pan do ano passado em Lima foi a prova disso. Estava bem condicionada e corri as três”, disse.
Na capital peruana, a atleta fez parte da equipe do revezamento 4x100 metros, que ficou com o ouro com o tempo de 43s04. Levou também a prata nos 200 metros com o tempo de 22s62 (melhor marca da sua carreira) e o bronze nos 100 metros, com 11s30.
Esses 22s62 deram a Vitória a classificação olímpica para os 200 metros, prova da qual a atleta é especialista e na qual representou o Brasil nos Jogos de 2016 (Rio de Janeiro). O índice olímpico da distância é de 22s80. Enquanto isso, na prova dos 100 metros, mesmo tendo ficado a apenas um centésimo da marca (que é de 11s15) na etapa da Diamond League de Xangai, ela já tem a vaga pela tabela de pontos da World Atlhetics (entidade máxima do atletismo mundial).
“Quero e posso melhorar minhas marcas. A gente vai trabalhar para isso”, declarou. O técnico da atleta, Katsuhico Nakaya, diz que os resultados da brasileira a colocam em melhores condições na prova dos 200 metros. “Levando em consideração o resultado dos últimos mundiais, nossa possibilidade de chegar em uma final olímpica, que seria algo histórico, é mesmo nessa prova. Inclusive, a marca que ela obteve em Lima me surpreendeu bastante. Aqueles 22s62 foram bons, porque a condição climática não era a ideal. Estava bem frio. Acredito que, em condições favoráveis, ela poderia ter corrido abaixo de 22s50”.
Chance no revezamento
Porém, para Nakaya a maior chance do Brasil é no revezamento 4x100: “Não considero ser propício a uma atleta fazer as duas provas individuais. Não podemos esquecer que temos maiores possibilidades no revezamento. Se eu tenho Vitória Rosa, Ana Cláudia Lemos, Rosângela Santos e Franciela Krasucki, com mais duas ou três garotas mais jovens em boas condições, estamos brigando por medalha”.
No Pan de Lima, em agosto de 2019, o Brasil foi ouro na prova com o tempo de 43s04. No Mundial de Revezamentos, em maio de 2019 no Japão, foi quarto cravando 43s75. Em termos de comparação, no Mundial de Atletismo, em outubro de 2019 (Doha), o time dos Estados Unidos foi bronze após completar a prova em 42s10.
“Naquele Mundial de Revezamentos, no Japão, fizemos um belo revezamento. No Pan, também fomos bem. Acredito que, de um tempo pra cá, nossa equipe anda muito conectada”, conclui Vitória Rosa.
(Texto: Juliano Justo/Agência Brasil. Foto: Abelardo Mendes JR/Rede do Esporte)