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Prefeitura de Maringá prioriza vacinação e estrutura de atendimento
12/03/2021 12:22 em Notícias de Maringá
Maringá está próximo de completar 1 ano de pandemia. A Prefeitura de Maringá elaborou um material especial com todas as ações de enfrentamento e combate a covid-19 nesse período, desde estrutura, servidores, transparência, investimento, campanha de vacinação e apoio à comunidade. 

2020, o ano que não terminou
Há um ano, o mundo era surpreendido com os efeitos nocivos da pandemia de Covid-19. Na Europa, principalmente, a doença levava milhares de pessoas ao internamento em hospitais e fazia centenas de mortos. A doença chegou ao Brasil. 
 
Em 13 de março de 2020, o prefeito Ulisses Maia anunciou o Plano de Contingência com medidas sanitárias e adaptações da rede de saúde para a pandemia. Cinco dias depois (18), foi decretado Estado de Emergência e Maringá foi a primeira cidade do país a fechar o comércio, prestação de serviços, indústria e escolas, entre outros, visando conter a disseminação do vírus. Tudo parou, à exceção dos serviços essenciais. 
 
Em um ano, o mundo aprendeu muito sobre a doença. Mas, não o suficiente. E existem divergências em vários aspectos relacionados principalmente às formas de evitar a proliferação do vírus. Há pessoas ainda que não acreditam no poder devastador da Covid-19, mesmo com números tão negativos. Tanto que apesar de todas as pessoas internadas, das mortes e dos alertas, muitos jovens continuam a organizar e participar de festas clandestinas e a se aglomerar em bares sem os devidos cuidados.
 
Também existe a resistência de alguns setores econômicos que foram prejudicados pela pandemia devido a sucessivos fechamentos ou abertura parcial das atividades. Em meio a tantas incertezas, a Prefeitura Municipal de Maringá fez o possível para equilibrar três aspectos: a saúde física e a saúde mental da população e a economia. 
 
“As pressões vêm de todos os lados. Mas, em todos os momentos nós pensamos na maioria, formada pela população mais simples. Ora fechando para evitar a circulação do vírus, ora abrindo para permitir a manutenção de empregos e renda, enfatiza o prefeito Ulisses Maia. “Sabemos que não agradamos a todos. Mas, nosso papel é administrar com responsabilidade visando o bem da população em geral”, acrescenta. 
 
O município se move contra a pandemia
O primeiro caso de Coronavírus confirmado em Maringá foi no dia 18 de março de 2020. Uma mulher de 46 anos proveniente da Espanha. No mesmo mês, dia 27, eram notificados os dois primeiros óbitos na cidade. Os números nefastos da doença se multiplicaram no mundo e no Brasil.
 
Desde então, o município vem promovendo mudanças no sistema de saúde de acordo com o estágio da pandemia. De março a maio de 2020, por exemplo, 5 UBSs foram transformadas em UPA 24h; UPA Zona Norte passou a ser referência para sintomas respiratórios e suspeita de coronavírus; UPA Zona Sul e Hospital Municipal foram destinados a internamentos de pacientes com Coronavírus e houve implantação de Unidades Sentinelas para triagem de pacientes com suspeita.
 
Entre novembro e dezembro, a UPA Zona Sul passou a ser referência a pacientes com covid-19 pela localização estratégica. A UBS Iguaçu se tornou extensão da UPA Sul para pacientes em avaliação. Neste mês de março de 2021, as UPAs Zona Norte e Sul são direcionadas para atendimento de pacientes com problemas respiratórios. UBS Quebec se tornaram UPA 24h e todas as outras unidades básicas passaram a ter horário de atendimento diferenciado para dispor profissionais de saúde no enfrentamento à pandemia.
 
Seja com recursos federais, próprios, do Governo do Paraná e com apoio da comunidade, a Prefeitura de Maringá criou novos leitos de UTIs e enfermarias. No período pré-pandemia havia com atendimentos pelo SUS 100 UTIs adulto, 30 pediátricas e 762 enfermarias. Nos hospitais privados eram 108 UTIs adultas, 20 pediátricas e, 617 enfermarias. 

Em 17 de abril de 2020, a Prefeitura anunciava: “O Hospital Municipal de Maringá (HMM) finalizou a preparação dos leitos para internamento de pacientes com covid-19. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) passou de 10, para 25 leitos readequados com box de isolamento, cama elétrica, ventiladores pulmonares e demais insumos e acessórios. Outros 52 leitos de enfermaria foram reestruturados com quartos individuais e duplos”.
 
A Prefeitura também comunicava o treinamento e capacitação de 400 servidores pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) com profissionais infectologistas e outros especialistas, reforço nos EPIs, como máscaras de proteção e roupas específicas, e a criação de reservas de materiais e equipamentos. 
 
Em abril de 2020, a Associação Comercial de Maringá (ACIM) e o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem) também aportaram R$ 1,5 milhão para comprar monitores, respiradores, oxímetros, aparelhos de manutenção vital e suporte para equipamentos de UTI. O investimento global das instituições é de R$ 3 milhões, somando esforços aportados em outras estruturas da saúde. Na época, várias empresas contribuíram com o município. A Unicesumar emprestou seis aparelhos respiradores ao Hospital Municipal de Maringá, usados em casos mais graves da doença.
 
Ao longo do ano, os números oscilaram. O Governo do Estado credenciou 20 novas UTIs no Hospital Municipal durante o período mais crítico da pandemia. Em setembro, com os casos de Covid em baixa, os 20 leitos foram descredenciados. A Prefeitura de Maringá manteve 10 deles com recursos próprios. 
 
Apoio à comunidade
Quando a pandemia começou, o que se sabia com certeza é que o uso de máscaras se configurava como a principal arma para evitar a contaminação pelo vírus. Por isso, uma das primeiras ações da Prefeitura em 2020 foi adquirir 300 mil unidades de máscaras, distribuídas aos servidores municipais e à população em geral. O município recebeu, em doação, das Confecções Eirelli, outras 20 mil máscaras, também doadas à população. 
 
Em 28 de março, os alojamentos do ginásio Chico Netto foram destinados a receber pessoas em situação de rua com suspeita de contaminação. Eram 16 vagas para homens e 16 para mulheres. O ginásio Valdir Pinheiro passou a receber pessoas em situação de rua sem suspeitas da doença.
Em 29 de março, a Prefeitura criou o Auxílio Alimentação Emergencial à população. Desde o início da pandemia do coronavírus a Secretaria de Assistência Social (Sasc) intensificou a entrega de cestas básicas e auxilio alimentação. Em 2020 foram 14 mil cestas e 41 mil cartões no valor de R$ 90 (cada) para famílias em vulnerabilidade social. Neste ano, a Prefeitura de Maringá comprou 3 mil cestas e outra 5 mil estão em processo de aquisição, além da entrega 1.875 cartões.
 
A Secretaria de Cultura (Semuc) criou o edital “Em casa com arte” no valor de R$200 mil para apoiar artistas locais em apresentações pela internet. A Semuc também administrou recursos do no valor de R$2,6 milhões liberados pelo Governo Federal por meio da Lei Aldir Blanc. O auxílio emergencial beneficiou micros e pequenas empresas culturais, cooperativas, instituições e organizações culturais comunitárias. 
 
A Prefeitura também se juntou à Noroeste Garantias, à Acim e ao Sicoob Metropolitano, entre outras instituições financeiras, para permitir que empresas pudessem contrair financiamentos para pagamento de contas e obter capital de giro. A Noroeste Garantias entra como avalista das operações e Acim e a Prefeitura de Maringá, por meio do fundo garantidor, contribuíram para permitir facilidades de acesso ao crédito.
Em dezembro de 2020, a Câmara Municipal devolveu ao município cerca de R$4 milhões que foram convertidos em pagamento de juros para o micro e pequeno empresário, empreendedor individual ou profissional liberal faz o empréstimo numa instituição financeira. Ou seja, o município se responsabilizou pelo pagamento de juros da operação financeira. Segundo a Secretaria da Fazenda, com 4 milhões de reais para pagar juros é possível alavancar até 30 milhões de reais em empréstimos.
 
Servidores da Saúde
O enfrentamento da covid-19 tem sido fortalecido com a contratação e credenciamento de novos profissionais e reestruturação da saúde com três unidades exclusivas para atendimento de pacientes com coronavírus: Hospital Municipal, UPA Zona Sul e UPA Zona Norte.
 
Desde o início da pandemia, a saúde ampliou o quadro de servidores com a contratação de 266 profissionais aprovados em concursos, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnicos de laboratório, entre outros. Além disso, foram credenciados 270 profissionais. 
 
Os números só não são mais positivos, infelizmente, porque o município perdeu muitos profissionais em função de aposentadoria, demissões e afastamento de servidores da saúde de Maringá.
 
Somente entre 1º de julho e 29 de outubro de 2020, houve 1.591 servidores afastados do trabalho, seja por atestados médicos (304), licença para tratamento de saúde (943), proximidade com alguém contaminado com o coronavírus (234), acidentes de trabalho (13), entre outros motivos.
 
Maringá 100%
Em 2020, a Prefeitura de Maringá investiu em Saúde e Educação o valor total de R$538,660.259,75. Deste total, R$177.755.937,23 são recursos próprios; R$490.927.142,72 provenientes da União; R$47.123.117,28 do Paraná e R$599.999,75 obtidos por doação da Justiça Federal. Entre os recursos do Governo Federal, R$58.509.172,08 foram transferidos especificamente para enfrentamento da Covid-19. 
 
Estes recursos federais para a Covid-19 foram utilizados em medicamentos, testes PCR, Equipamentos de Proteção (EPIs), aparelhos, equipamentos, utensílios médico-odontológicos, laboratoriais e hospitalares, cestas básicas e aluguel social para pessoas afetadas diretamente pela pandemia, despesas com UTI e serviços hospitalares, entre outros. 
 
Em 2020, o Tribunal de Contas do Paraná publicou os resultados de avaliação realizada entre agosto e setembro a respeito da transparência na apresentação dos recursos utilizados no combate à pandemia da Covid-19. Maringá obteve o índice de 100% na aferição. Apenas três cidades alcançaram este índice máximo e a média das demais foi de 60,7%.
 
A aplicação dos recursos é publicada no Portal da Transparência. Quem analisar os dados, vai ver, por exemplo, que a saúde começou a utilizar novos tipos de Equipamento de Proteção Individual. Um deles é um avental impermeável. Em setembro foi realizada uma licitação e adquiridos 66.560 unidades no valor total de R$366.080,00. Outro avental, hidro-repelente, também passou a ser usado. Foram 24..070 unidades utilizadas ao custo de R$84.425,00. 
 
Os servidores usavam de 200 a 300 unidades mês da máscara PFF2/VU antes da pandemia. Depois, o consumo mensal do EPI subiu para 2000. Uma das dificuldades do município foi com o aumento abusivo de preços devido ao crescimento no consumo de alguns produtos. Luvas de procedimentos de látex, por exemplo, subiram de R$33,74 (licitação deu deserto) para R$ 90,00 com a compra por dispensa. Equipo de Dieta Enteral, subiu de R$0,75 para R$1,45 a unidade. O avental descartável, foi de R$3,35 para R$4,16.
 
Entre outras ações, a Prefeitura distribuiu 320.000 máscaras para servidores municipais e a população em geral; já criou alojamentos para pessoas em situação de rua, seja com ou sem suspeita de contaminação; capacitou servidores da saúde; distribuiu marmitas e cestas básicas; viabilizou crédito para empresários com dificuldades; direcionou verbas para profissionais da área da cultura por meio de editais, e realiza ações de vistoria na cidade para verificar se as empresas e a população estão seguindo os decretos municipais.
 
Desde o início da pandemia do coronavírus a Secretaria de Assistência Social intensificou a entrega de cestas básicas e auxílio alimentação. Em 2020 foram 14 mil cestas e 41 mil cartões no valor de R$ 90 (cada) para famílias em vulnerabilidade social. Neste ano, a Prefeitura de Maringá comprou 3 mil cestas e outra 5 mil estão em processo de aquisição, além da entrega 1.875 cartões. 
 
O aumento de consumo e despesas se deu em serviços indiretos como lavanderia, materiais de limpeza para desinfecção mais constante de ambientes, aquisição de colchões hospitalares e preparação de alimentos para os pacientes. Também há as mudanças nas UPAs e UBSs, com despesas em estrutura física, instalação de central de gás de oxigênio, entre tantas outras.
 
Mais de 41 mil cartões foram entregues em 2020 no valor de R$ 90 (cada) Esta semana, a Secretaria de Saúde está recebendo 12 respiradores e 120 bombas de infusão - equipamento essencial para medicação constante dos pacientes. Mais três respiradores foram cedidos por municípios da região e um pela Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim). 
 
A folha de pagamento da Secretaria de Saúde teve um acréscimo de 7,58% (cerca de R$ 14 milhões), subindo de R$186 para R$200 milhões. Somente a folha dos médicos plantonistas terceirizados cresceu 12,40%, passando de R$15.926 para R$17.900 milhões. A prefeitura paga os médicos por hora. Cada profissional trabalhava quatro horas por dia e passou a trabalhar 8, acrescimento de 100%.
 
A despesa com pessoal estatutário e celetista cresceu de R$ 14 milhões. Era 186 milhões e passou para 200 milhões. Houve um acréscimo de credenciados por conta da pandemia. Mas, o número de estatutários caiu porque muitos pediram aposentadoria e exoneração e não houve reposição. 
 
Somente entre 1º de julho e 29 de outubro de 2020, houve 1.591 servidores afastados do trabalho, seja por atestados médicos (304), licença para tratamento de saúde (943), proximidade com alguém contaminado com o coronavírus (234), acidentes de trabalho (13), entre outros motivos.
 
A reposição de funcionários está sendo complicada. Os profissionais não querem trabalhar na linha de frente da Covid-19 por receio de contrair a doença ou por não conseguir suportar o estresse de acompanhar tantas pessoas adoentadas e óbitos. Houve sete chamamentos e mesmo assim a Saúde não consegue repor todas as vagas e aumentar efetivo. “Tem enfermeiro que trabalha um dia e não volta mais porque é um desespero muito grande trabalhar na Covid-19”.
 
Para melhorar a estrutura de pessoal da saúde, 238 profissionais foram contratados por meio de credenciamento, sendo 66 enfermeiros, 30 técnicos de enfermagem e 172 médicos. Em fevereiro de 2021, foi aberto processo para novas contratações e realizado chamamento de profissionais concursados.
 
Estrutura
Há quem defenda que a prefeitura deveria ter construído um hospital de campanha. Mas, esta não é solução para Maringá. O secretário de Saúde, Marcelo Puzzi, explica que a cidade tem condições de montar leitos em UPAs e até aumentar a capacidade do Hospital Municipal. “Ao longo de um ano isso já foi feito. Hoje, temos dificuldades em aumentar ainda mais o número de leitos porque não encontramos profissionais disponíveis no mercado. Uma UTI precisa de equipe com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.”
 
No início da pandemia, o Hospital Municipal contava com 10 leitos de UTI. A unidade recebeu equipamentos e benfeitorias na época - box de isolamento, cama elétrica, ventiladores pulmonares e demais insumos e acessórios - e passou para 25 leitos. Posteriormente, recebeu mais dez leitos de UTI - estes, recentemente transferidos para a UPA Zona Sul. 
 
“É muito mais inteligente montar UTIs em um local com estrutura adequada como nossas UPAs do que preparar uma nova estrutura em que é preciso, além dos profissionais da saúde, pessoal administrativo e de segurança, mobiliário próprio e, dependendo do local, adaptar a rede de energia elétrica, de água, de internet, fazer seguro, entre outros fatores”, frisa Puzzi.
 
A rede municipal de saúde criou um sistema de ampliação gradativa em função da demanda de pacientes Covid. “Iniciamos com Complexo de Atendimento a Pacientes Covid com o Hospital Municipal, depois incorporamos a UPA Zona Sul, e, mais recentemente, a UPA Zona Norte. Convertemos a UBS Quebec em UPA para atendimento não-covid”, lembra o secretário de Comunicação, Marcos Cordiolli. 

A Prefeitura continua cadastrando mais profissionais de saúde para a eventualidade de ampliação ainda mais o Complexo de Atendimento a Pacientes Covid. “Se necessário,  iremos incorporar outras UPAs ou UBS. Também estamos contratando mais UTI Covid junto ao governo estadual. Assim, garantimos o atendimento dos pacientes Covid”.

Campanha de vacinação
De 19 de janeiro a 11 de março, a Secretaria de Saúde de Maringá vacinou 23.553 pessoas com a 1º dose do imunizante contra a covid-19. Foram 14.390 trabalhadores da saúde (81,9% do público estimado) e 9.163 idosos. 

Na tarde de ontem, 11 de março, o prefeito de Maringá, Ulisses Maia sancionou a lei 11.243/2021 que filia a cidade na Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) e também a lei 11.244/2021 sobre intenção para comprar as vacinas contra coronavírus através da FNP. Ambas foram votadas e aprovadas por unanimidade ontem na Câmara de Vereadores de Maringá.
 
Ulisses Maia lamenta a morosidade no envio de vacinas pelo Governo Federal e reitera o esforço para compra do imunizante com recursos próprios. “Temos recursos, mais de R$ 100 milhões em caixa para comprar as vacinas. Estamos trabalhando dia e noite para diminuir os impactos da pandemia, trazer tranquilidade para as pessoas, reabrir o setor produtivo e retornar às aulas. Enquanto isso, as medidas restritivas vão conter sim transmissão do vírus”, declarou o prefeito, que iniciou as mobilizações no ano passado, em reuniões com prefeitos e o Ministério da Saúde, solicitando a compra direta de vacinas. 
 
Uma das prioridades de Ulisses Maia caso o município efetive a compra de vacinas é imunizar os profissionais da educação e garantir a volta às aulas de forma segura. A inclusão dos professores não foi realizada pela Secretaria de Saúde porque o município deve seguir o plano de imunização do Ministério da Saúde. 
O Legislativo também aprovou ontem, a lei que inclui os professores e funcionários dos estabelecimentos privados e públicos da Educação Básica na 2ª Fase do Grupo Prioritário do Plano de Vacinação contra o Coronavírus. 
(Foto: Mileny Mel/PMM)
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