A 60 dias para a abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, Robert Scheidt intensifica a preparação nessa reta final. O velejador brasileiro está em Vilamoura, Portugal, para mais uma sessão de treinos. No Japão, a partir de 23 de julho, Scheidt vai lutar pela sexta medalha em olimpíadas e para isso segue trabalhando forte na Europa. A meta é estar no pódio, mas ele não esconde o sonho de conquistar o terceiro ouro na classe Laser, aos 48 anos de idade.
Scheidt está treinando ao lado de alguns dos principais atletas europeus. Nesta segunda-feira (24), iniciaram a disputa de uma competição extraoficial. A chamada coach regata segue até sexta-feira (28). “Esse tipo de campeonato é sempre uma boa oportunidade para avaliar e entender em que nível está a sua velejada em relação aos prováveis rivais em Tóquio”, afirma Robert, que é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex e que conta com o apoio do COB e CBVela.
Após o período de treinos em Vilamoura, no dia 2 de junho, Robert retorna para a Itália, onde vive com a mulher, a também velejadora Gintare, e os dois filhos do casal, Erik e Lukas, na cidade de Torbole, próximo ao lago Di Garda. “Devemos programar mais sessões de velejadas para o final de junho. Só não definimos local. Pode ser na Itália, ou mesmo um retorno para Portugal”, explica o bicampeão olímpico, que tem embarque para o Japão previsto para o dia 12 de julho.
Portugal traz boas e recentes memórias para Scheidt. Há exato um mês, no dia 24 de abril, ele conquistava o vice-campeonato do ILCA Vilamoura European Continental Qualification. Foi o último campeonato oficial antes dos Jogos de Tóquio. Para Robert, melhor que o resultado – ficou um ponto do alemão Philipp Buhl, atual campeão mundial, e que levou o título – foi confirmar que está velejando de forma consistente, com velocidade e força física para seguir confiante na fase final de preparação para a Olimpíada.
2021 já teve título - Em março, Robert Scheidt conquistou o título da ILCA Coach Regatta Lanzarote, na Marina Rubicón, em Playa Blanca, no litoral do arquipélago das Ilhas Canárias, na Espanha. A vitória no campeonato promovido pelos treinadores veio após completar seis das oito regatas entre os top cinco. O título não foi seu primeiro pódio em 2021 nas Ilhas Canárias. Na primeira competição do ano olímpico, Scheidt conquistou o vice-campeonato no Lanzarote Winter Series, em fevereiro.
Recorde nos Jogos de Tóquio - Com vaga garantida na classe Laser para os Jogos do Japão, Robert Scheidt, que completou 48 anos na semana passada (dia 15 de abril), está prestes a disputar o maior evento esportivo do planeta pela sétima vez, um recorde entre os atletas brasileiros.
Scheidt retornou à classe Laser em 2019, após quase três anos ausente, desde os Jogos do Rio/2016, onde terminou na quarta colocação, mesmo vencendo a medal race. Nesse período de readaptação às novas técnicas e nova mastreação, cumpriu seu objetivo principal, que foi o índice para Tóquio, com o 12° lugar no Campeonato Mundial da Classe Laser 2019, em Sakaiminato, no Japão. Ele confirmou a vaga no Mundial da Austrália, em fevereiro de 2020, quando chegou à flotilha ouro e foi o melhor brasileiro na disputa.
Maior atleta olímpico brasileiro - Em março de 2020, foi eleito o maior atleta olímpico do Brasil, em votação coordenada pela Rede Globo com os maiores medalhistas olímpicos do País. Na comemoração dos 100 anos de história do Brasil nos Jogos Olímpicos, no início de agosto deste ano, ficou em segundo lugar em votação de 100 jornalistas, atrás apenas de Adhemar Ferreira da Silva e à frente de Joaquim Cruz, seus ídolos que muito o inspiram.
Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)
181 títulos - 89 internacionais e 92 nacionais
Laser
- Onze títulos mundiais - 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
- Três medalhas olímpicas - ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
- Na Olimpíada Rio 2016, terminou em quando lugar, vencendo a medal race, televisionada para o mundo todo.
Star
- Três títulos mundiais - 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
- Duas medalhas olímpicas - prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
- Integrante fundador da Star Sailors League, um circuito global de competições em franca ascensão, como uma ATP da vela, com ampla cobertura midiática. Scheidt foi o campeão da primeira edição, em 2013, ao lado de Bruno Prada, e vice-campeão em 2017 e 2018, com Henry Boenning.