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Estudo da Universidade Estadual de Maringá analisa relação de diagnóstico entre Covid-19 e a dengue
18/06/2021 11:29 em Notícias de Maringá

Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) busca identificar a reação cruzada entre testes positivos da dengue e da Covid-19. A iniciativa surgiu após artigos científicos indicarem a possibilidade de exames falsos positivos para a dengue em pessoas que estariam contaminadas com o novo coronavírus, dificultando o diagnóstico e tratamento adequado.

O projeto de Iniciação Científica será realizado no Hospital Universitário Regional de Maringá (HUUEM). Inicialmente, 30 amostras de sangue de pacientes internados passarão pela análise dos pesquisadores. Também serão avaliados dados clínicos como comorbidades, resultados bioquímicos, hematológicos e imunológicos.

Em março de 2020, a revista científica Lancet Infectious Diseases publicou o relato de dois casos clínicos em Singapura que apresentaram testes positivos para a dengue e para a Covid-19. Após análise, ficou comprovado que o teste sorológico era um falso positivo para a dengue.

Ambas as doenças possuem alguns sintomas em comum como febre, dor ao redor dos olhos, dor muscular, articular e de cabeça, enjoo e vômito. A dengue, porém, não costuma causar sinais respiratórios como coriza ou tosse. Além disso, a doença transmitida pelo Aedes aegypti pode gerar manchas vermelhas, especialmente nos casos mais graves.

Para o orientador da pesquisa, Dennis Armando, isso ocorre pela similaridade antigênica e sintomatológica parecida das duas doenças, o que dificultaria o diagnóstico nesse momento de pandemia.

“Nosso objetivo é avaliar se isso de fato tem acontecido e de que maneira podemos prevenir, para que não haja diagnóstico errôneo e tardio dessas duas doenças graves. Assim, conseguiríamos ajudar nosso sistema de saúde”, afirma.

O boletim da dengue divulgado no início de junho pela Secretaria de Estado da Saúde registrou 1.507 casos novos. O total de notificações ultrapassou a marca de 80 mil em todo Estado. Destes, 12.424 permanecem em investigação e 35.648 já foram descartados.

“A falha no resultado do teste rápido para a dengue tem sérias complicações para o paciente e para a saúde pública. Por isso, é importante aplicar testes com alto grau de sensibilidade e acessíveis”, destaca o pesquisador.

(AEN)

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