Manter a compactação defensiva, aumentar a agressividade da marcação e intensificar a velocidade na construção de jogadas ofensivas. Essas são as prioridades da técnica Pia Sundhage para a Seleção Brasileira no futuro. Em coletiva de imprensa concedida no sábado (27), a treinadora detalhou seus planos para consolidar o estilo de jogo que implantou na equipe.
“Queremos mudar um pouco o nosso ataque em relação ao nosso estilo na Olimpíada, mantendo a defesa compacta, do nosso jeito, e eu gostaria que fôssemos um pouco mais agressivas. No ataque, vai levar algum tempo. Como todos sabem, o ataque é muito mais difícil, encontrar o passe é provavelmente uma das situações mais difíceis que se enfrenta no jogo. Mas eu espero que, passo a passo, e quando enfrentarmos a Venezuela, possamos ver alguns gols fantásticos como os que marcamos contra a Índia”, elogiou, explicando a importância de diversificar o repertório ofensivo.
“Penetrar a defesa pelo meio é muito mais difícil do que jogar aberto e lançar a bola na área. A gente tenta fazer os dois porque é importante não ser previsível e ter meios distintos de chegar até a área. A Ivana Fuso, que você mencionou, é uma das ótimas jogadoras que temos no meio. Infelizmente, ela não tem atuado como titular no clube, mas acreditamos que ela possa acrescentar à Seleção se tivermos paciência. Temos que dar mais tempo a algumas jogadoras e ver como elas se saem nos treinos”, disse.
A treinadora também comentou sobre a importância de Marta, que se integrou ao grupo após chegar de surpresa para homenagear Formiga em sua despedida na quinta-feira (25). Para Pia, a Rainha tem muito a contribuir neste momento de renovação da Seleção.
“A presença da Marta e seu jeito de jogar serão muito importantes para a transição do time, pelo menos nos próximos meses. Eu fiquei muito feliz com seu desempenho contra a Austrália, que foi um dos nossos melhores jogos, com a Marta mais perto do gol. Mas ela acabou de chegar e não vai começar como titular no próximo jogo. Vamos ver quantos minutos ela vai jogar, porque ela faz com que todas ao redor dela joguem melhor também - como, por exemplo, no treino de hoje. Ela traz à tona o melhor de suas companheiras. Vamos ver como ela vai se sentir e pensar um dia de cada vez”, disse.
Pia analisou a Venezuela, adversária da Seleção neste domingo (28), pela segunda rodada do Torneio Internacional de Manaus. A treinadora ressaltou a necessidade de manter a compactação defensiva para neutralizar as jogadoras mais técnicas da equipe venezuelana.
“Assistimos ao jogo da Venezuela contra o Chile e acho que é um time muito interessante. Elas têm algumas jogadoras habilidosas, e o que nós estamos tentando descobrir é se vão jogar com cinco no meio, com duas volantes ou só uma. Algumas jogadoras foram muito bem, então nós precisamos ser cautelosas quanto à organização delas e, claro, com a nossa defesa”, disse, detalhando o que quer da Canarinho durante a partida.
“Espero que continuemos a construir o ataque pelo meio, mas, ao mesmo tempo, sejamos mais explosivas pelas pontas, porque essa é nossa ideia de jogo: tentar se conectar mais rápido. Falamos isso o tempo todo, porque a diferença entre o estilo de jogo que temos agora e outros, como o da Austrália contra os Estados Unidos, por exemplo, é que o nosso é mais rápido, tanto na tomada de decisão quanto na troca de passes, então nós criamos ainda mais chances”, concluiu.
Brasil e Venezuela se enfrentam neste domingo, às 21h (horário de Brasília), na Arena da Amazônia. A partida terá transmissão do SporTV. Antes, às 18h (horário de Brasília), Chile e Venezuela se enfrentam com transmissão da CBF TV.
(Texto: CBF. Foto: Thais Magalhães/CBF)