A Universidade Estadual de Maringá (UEM) recebeu, no final do mês de abril, a concessão de sua 69ª carta-patente. O “mecanismo de indução de vibração em transportadores pneumáticos de fase densa”, desenvolvido pelo pesquisador Marcelo José Alba durante seu doutorado em Engenharia Química, teve a patente de modelo de utilidade expedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
A titularidade da patente é dividida entre a UEM e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), onde Alba atua como professor. Além do doutorado, o pesquisador também concluiu a graduação em Engenharia Mecânica, a especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e o mestrado em Bioenergia, todos pela UEM.
“Tenho muita satisfação de ter feito toda minha vida acadêmica na UEM. Tivemos um apoio importante da Universidade e do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), que sempre foi solícito em todos os nossos questionamentos. Sou um defensor da UEM, e penso que todos precisamos lutar para que a Universidade sempre melhore e tenha mais investimentos”, declarou.
Para o desenvolvimento do mecanismo, Alba recebeu orientação do professor aposentado do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da UEM Paulo Roberto Paraíso. A coorientação ficou a cargo do docente do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) Alexandre Marconi de Souza da Costa. Também colaboraram o professor do DEM Fernando Rodrigo Moro e o docente do DEQ Luiz Mário de Matos Jorge.
Mecanismo
Segundo Alba, o invento patenteado ajuda a evitar entupimentos em tubos utilizados para o transporte de materiais como grãos, sementes e partículas. Instalado na parte externa do tubo, o dispositivo gera vibrações para melhorar o escoamento do conteúdo transportado e impedir obstruções.
Devido à sua utilidade, o mecanismo pode ser aplicado em diferentes ramos da indústria - agropecuária, alimentícia e farmacêutica, por exemplo. Um dos diferenciais da tecnologia desenvolvida na UEM é a possibilidade de controle das vibrações induzidas, de acordo com as demandas de cada material.
“Como o invento é baseado em um sistema de biela-manivela, conseguimos alterar tanto a amplitude quanto a velocidade da vibração. No caso da velocidade, podemos controlar eletronicamente pelo motor do equipamento, enquanto conseguimos alterar a amplitude por meio de um disco perfurado que nós criamos. Então, o mesmo mecanismo pode gerar vibrações de diferentes amplitudes, diferente dos dispositivos que existem hoje”, explicou.
Ao todo, o trabalho de pesquisa levou 4 anos, durante todo o doutorado do pesquisador, concluído em 2018, quando o pedido de patente foi depositado junto ao INPI.
O embasamento teórico precedeu o desenvolvimento de um protótipo, usado para testes em laboratório. Agora, com o invento patenteado, a expectativa de Alba é pela captação de parceiros, para que o mecanismo possa ser implantado em sistemas reais de produção.
“Com a carta-patente, estamos em uma fase de retomada dos estudos. Precisamos, também, de financiamento, para melhorar o protótipo e retomar os testes com ele. E estamos à procura de parceiros. Se tivermos uma indústria parceira, teremos um caso específico para aplicação e desenvolvimento ainda maior dessa tecnologia”, projetou.
Além das 69 patentes concedidas, a UEM ainda aguarda a análise de outros 65 pedidos de registro, já depositados junto ao INPI. É possível consultar as patentes obtidas pela Universidade no Portfólio de Tecnologias do NIT.
(Vinicius Amaral/UEM)