O surfe feminino do Brasil segue vivo nos Jogos Olímpicos. No domingo, dia 28, Tatiana Weston-Webb e Tainá Hinckel entraram na água de Teahupoo, no Taiti, para a disputa das repescagens. Em caso de derrota, seria o fim do sonho olímpico. Mas, as surfistas brasileiras representaram muito bem o país, vencendo suas respectivas baterias e avançando para as oitavas de final da competição, ainda sem data definida. Na próxima fase, Tainá reencontrará a compatriota Luana Silva, agora um confronto direto. Já Tati terá pela frente a americana Caitlin Simmers, atual líder do ranking mundial da World Surf League.
Depois de ficar na segunda colocação em sua bateria na rodada inicial dos Jogos Olímpicos, Tati Weston-Webb entrou na água com a obrigação de vencer para seguir em busca da medalha olímpica. Na repescagem, venceu Candelária Resano pelo placar de 9.50 (5.50 +4.00) pontos contra 3.30 (1.87+1.43) da atleta de El Salvador.
“Graças a Deus consegui passar essa bateria. Nunca é bom perder no primeiro round. Mas hoje foi um dia um pouquinho diferente de ontem. Foi mais como um joguinho de xadrez e consegui jogar o jogo. Estou muito feliz por ter passado essa bateria e estou ganhando confiança”, disse Tati, que afirmou que as condições do mar estavam bem desafiadoras, já que o dia amanheceu com muito vento e chuva em Teahupoo.
“Eu acho que todo mundo está com muita expectativa, muita esperança de que os brasileiros vão bem aqui, especialmente em Teahupoo. Então, todos estão com muita emoção, mas nós realmente temos que controlar essas emoções durante a bateria, jogar o jogo. Estou muito feliz por ter passado essa bateria porque sei que foi super diferente de ontem e vai continuar sendo assim. Acho que vou continuar lidando com esse tipo de pensamento, passar a bateria e tomar as decisões um pouco mais próximas do momento”, analisou a surfista brasileira.
Já a catarinense Tainá Hinckel superou a canadense Sanoa Dempfle-Olin e também está nas oitavas dos Jogos Paris 2024. A brasileira somou 7.10 pontos (3.80 + 3.30), enquanto sua adversária fez 6.30 (3.50 + 2.80) nas suas duas melhores ondas. A brasileira administrou bem a bateria, fazendo suas pontuações e marcando de perto a atleta adversária.
“Estou muito feliz, muito grata por poder estar aqui em Teahupoo. Ontem não consegui passar a minha bateria e pensei em tudo, em como jogar o jogo hoje. E foi o que aconteceu, as condições estavam difíceis, então realmente tentei fazer o meu melhor para passar essa bateria. Eu tentei o tempo inteiro seguir o que meu coração estava falando, isso foi o principal na bateria. Tenho certeza que foi isso que fez a diferença", definiu Tainá, acrescentando:
"Em todos os momentos das minhas escolhas, fiz com total consciência do que estava fazendo e realmente seguindo a minha intuição. Isso foi o mais importante, fazendo o máximo que eu podia na competição. As condições não estavam tão fáceis, estava devagar, então tentei fazer as escolhas certas. Eu vi que as ondas eram um pouco menores e que com certeza não dariam tanto potencial, por isso escolhi não ir nas duas ondas finais e pegar a última que eu fui. Então, de toda forma, segui o meu coração e isso, para mim, é o que mais importa numa vitória. Sem palavras nesse momento para definir o sentimento, mas com muita gratidão realmente".
(Texto: COB. Foto: William Lucas/COB)