Beatriz Haddad teve pouco tempo para virar a chave. Luisa Stefani, por sua vez, era a única da delegação do tênis brasileiro que ainda não havia estreado nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Na união das forças das duas, melhor para o fã do esporte olímpico. Na abertura das duplas no feminino, a melhor simplista do país e a medalhista olímpica de Tóquio eliminaram as chinesas Yuan Yue e Zhang Shuai em sets diretos, em duplo 6/4.
Mais cedo, Bia foi eliminada da chave de simples ao perder para a eslovaca Anna Karolina Schmiedlova por 2 sets a 0, com parciais de 6/4 e 6/3. A brasileira chegou a ter 3/1 no placar na segunda parcial, mas oscilou, principalmente no saque, e permitiu a virada da adversária.
Bia teve pouquíssimo tempo para se recuperar, tanto física quanto mentalmente, mas encarou a missão. No início da partida, Luisa assumiu as rédeas e liderou as ações junto à rede. Houve uma quebra para cada lado, e só no nono game o Brasil reassumiu a dianteira. Aos poucos Bia foi se soltando e ganhando confiança. Selou a primeira parcial com um ace: 6/4.
"Eu estava preparada para um dia longo. Acho que a partir do momento que um jogador decide jogar simples, dupla, às vezes duplas mistas, ele está preparado para esses momentos. Hoje eu tive ali 1h30, mais ou menos, entre um jogo e outro. Na simples eu performei muito mal, realmente foi um jogo muito ruim. Tive ali meu momento pra tomar um banho, me alimentar, conversar com eles. Muito importante a conversa que a gente teve, tanto em grupo com o time, quanto eu com o Rafa (técnico) e com a Lu (Stefani) individualmente. Esses momentos são importantes pra mudar o chip. Eu consegui entrar com a energia certa. Acho que foi muito importante a forma como a Lu também entrou, entramos no jogo pra fazer dar certo, com a melhor energia possível, sabendo que não ia ser fácil. E fomos disciplinadas nos momentos importantes. Na simples não foi como eu gostaria, mas estou feliz com como estou terminando o dia", refletiu Bia.
O segundo set começou mais tranquilo para as brasileiras, com uma quebra e 2/0. As chinesas salvaram outras oportunidades de quebra, mas como não ameaçaram o serviço das brasileiras, a margem se manteve até o fim: 6/4.
"Os Jogos Olímpicos são algo que eu amo muito jogar. Os meus últimos foram indescritíveis. Aqui é outra oportunidade que tenho, ainda mais com o público agora. Jogar com a Bia é sempre bom, nosso jogo encaixa muito bem. Curto muito poder jogar junto. Acho que a gente sabe o que tem que fazer, vai lá e faz. Se não faz, sabe o que deveria ter feito. Eu acho que isso dá muita tranquilidade", disse Luisa.
Na próxima rodada, as oitavas de final, Bia e Luisa encaram as vencedoras do confronto entre as britânicas Heather Watson e Katie Boulter e as alemãs Angelique Kerber e Laura Siegemund.
(Texto: COB. Foto: Gaspar Nóbrega/COB)