A Universidade Estadual de Maringá (UEM) terá um papel de destaque em uma pesquisa internacional que busca compreender e enfrentar as desigualdades educacionais no ensino da matemática. O projeto "Ensino da Matemática e Desigualdades Escolares", que conta com a participação da professora Mariana Moran Barroso, do Departamento de Matemática (DMA), foi aprovado no edital Capes/Cofecub, um programa de cooperação entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Comitê Francês de Avaliação da Cooperação Universitária com o Brasil (Cofecub).
“Com este projeto, esperamos estreitar os laços com universidades francesas, a fim de possibilitar a execução de doutorado sanduíche na França e visitas ao campo de pesquisa francês”, explica Barroso. “Essas experiências favorecem o objetivo principal do projeto: lidar com a diversidade dos estudantes e intervir positivamente nas desigualdades escolares em Matemática no ensino fundamental”.
Além da professora do DMA, doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e a Matemática (PCM) da UEM, Camila Bonini de Araújo Cassoli e Luan Padilha dos Santos, também integrarão as atividades do projeto.
A pesquisa envolve uma rede de colaboração entre instituições brasileiras e francesas, reunindo pesquisadores da UEM, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), além de cientistas das universidades francesas Grenoble-Alpes (UGA), Paris-Est-Créteil-Val-de-Marne (UPEC) e Rouen Normandia (URN).
Pesquisa e impacto social
O projeto busca investigar, a partir da didática da matemática, como as desigualdades escolares se aprofundam na transição entre os anos iniciais e finais do ensino fundamental. O objetivo é identificar os fatores que influenciam nesse processo e desenvolver estratégias para mitigar os impactos negativos, tornando o ensino mais inclusivo e eficaz.
Além de produzir conhecimento científico sobre o tema, a iniciativa contribuirá diretamente para a formulação de práticas pedagógicas que favoreçam a equidade no aprendizado da matemática, um dos principais desafios da educação básica no Brasil.
As atividades serão aplicadas por meio de projetos de ensino, como o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), e também por projetos de pesquisa que preveem intervenções em salas de aula. Elas serão desenvolvidas em três eixos:
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Um estudo das decisões didáticas do professor no processo de inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais específicas;
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Uma investigação nos sistemas, práticas e instrumentos de avaliação em escolas brasileiras e francesas;
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Desenvolvimento de recursos didáticos e sua implementação no trabalho com as desigualdades educacionais.
Internacionalização e mobilidade acadêmica
A aprovação no edital Capes/Cofecub permite a implementação de diversas ações de intercâmbio acadêmico, como concessão de bolsas de doutorado sanduíche e pós-doutorado, além da realização de missões de professores visitantes e missões curtas de trabalho. Essas atividades promoverão a mobilidade de pesquisadores entre os dois países, ampliando a cooperação científica e fortalecendo as políticas de internacionalização da UEM.
Com vigência prevista de 2025 a 2028, o projeto, que será executado em escolas brasileiras e francesas, busca consolidar redes de pesquisa entre Brasil e França, incentivando o desenvolvimento conjunto de estudos sobre ensino da matemática e formação de professores.
A participação da UEM nesse programa reforça seu compromisso com a pesquisa aplicada e com a busca por soluções concretas para desafios educacionais, contribuindo para a formação de profissionais qualificados e para a melhoria da qualidade da educação no país.
Além disso, as ações permitem uma diversificação dos dados coletados e para as políticas de internacionalização da UEM. A iniciativa também contribuirá para uma Educação de Qualidade, o quarto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU).
(Ana Laura Correa/Comunicação UEM)