Um problema doméstico que pesa no bolso
O ABC Paulista se tornou a região líder em chamados por entupimento em lavanderias e pias no estado de São Paulo, segundo levantamento exclusivo da empresa Dezjatodesentupidora, desentupidora especializada no ABC, que atua em diversas cidades paulistas.
De janeiro a junho de 2025, foram registrados 6.800 atendimentos somente nos municípios de Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul — número, 27% maior do que no mesmo período do ano passado.
O dado chama atenção não somente pelo volume, mas pelo impacto direto na vida cotidiana dos moradores, que convivem com custos extras de manutenção e transtornos em casa.
Santo André lidera ocorrências
Entre as cidades do ABC, Santo André concentrou 43% dos chamados, seguida por São Bernardo (37%) e São Caetano (20%).
O crescimento supera, proporcionalmente, outras áreas metropolitanas de São Paulo. Enquanto a capital paulista registrou alta de 15% nos atendimentos por entupimentos domésticos, o ABC avançou quase o dobro.
Segundo a Associação das Empresas de Saneamento e Manutenção Predial do Estado de SP (AESMP), o aumento é explicado por uma combinação de fatores: infraestrutura envelhecida em bairros antigos, crescimento populacional e hábitos inadequados de descarte.
Por que lavanderias e pias entopem mais?
De acordo com o levantamento da HidroServe, os principais motivos que levam às ocorrências são:
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Gordura e restos de comida descartados na pia: que se solidificam nos canos e criam crostas resistentes.
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Acúmulo de fiapos de roupas e excesso de sabão em lavanderias: que obstruem a saída de água.
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Estruturas de encanamento antigas, comuns em prédios das décadas de 1970 e 1980 no ABC.
“As pessoas subestimam o efeito do uso diário. Um pouco de gordura ou sabão hoje, repetido centenas de vezes, gera entupimentos sérios no futuro”, explica André Silveira, porta-voz da HidroServe.
O impacto econômico para famílias e condomínios
O aumento dos entupimentos se traduz em mais gastos. O custo médio de um atendimento emergencial no ABC Paulista varia de R$ 280 a R$ 600, dependendo da gravidade do problema e da localização.
Em condomínios, os valores podem ser ainda maiores, pois muitas vezes é necessária a contratação de serviços de hidrojateamento ou inspeção com câmeras.
Conforme a AESMP, o mercado de manutenção predial e desentupimento cresceu 22% na região apenas em 2024, impulsionado pela demanda crescente.
“O cenário mostra não só um desafio para os moradores, mas também uma oportunidade de mercado para empresas do setor, que têm investido em tecnologia para diagnósticos mais rápidos”, afirma Maria Fernanda Rocha, engenheira civil especialista em saneamento urbano.
Como os moradores podem evitar gastos?
Especialistas reforçam que a prevenção é sempre mais barata que o reparo emergencial. Algumas orientações práticas incluem:
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Nunca despejar óleo de cozinha na pia — armazenar em garrafas PET e levar a pontos de coleta.
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Retirar restos de comida dos pratos antes de lavá-los.
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Utilizar peneirinhas em pias e ralos para segurar resíduos sólidos.
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Fazer a limpeza periódica de sifões e caixas de gordura.
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Evitar o uso excessivo de sabão em pó e amaciante nas lavanderias.
Prevenção como sinal de alerta
Os números levantados pela HidroServe funcionam como um alerta para toda a região do ABC Paulista.
Mais do que um problema doméstico, o crescimento dos entupimentos mostra como a falta de manutenção preventiva e hábitos inadequados de descarte pressionam a infraestrutura urbana e geram custos extras para famílias e condomínios.
“Prevenir é sempre mais barato do que remediar. O entupimento não é apenas um incômodo, mas um reflexo da forma como lidamos com nosso dia a dia e nossos recursos”, resume André Silveira.
O dado serve como lição: pequenas mudanças nos hábitos podem evitar grandes dores de cabeça — e no bolso.
(Foto: Freepik)