A Câmara de Maringá sediou, na manhã desta quarta-feira (08), uma reunião pública para discutir os impactos das novas tarifas de pedágio na população de Maringá e região. O encontro, organizado pelos vereadores Daniel Malvezzi e Professor Pacífico, contou com a participação do advogado Homero Marquese, que atuou como auditor nas concessões rodoviárias paranaenses anteriores.
Em 2021 foram encerrados os contratos do pedágio no Paraná marcados por altas tarifas e baixo investimento. A promessa agora é que os atuais contratos garantam obras e preços mais justos.
Marquese lembra que os contratos antigos foram marcados por cortes ou adiamentos de obras e, principalmente, por corrupção, no âmbito da Operação Lava Jato. A promessa é que os novos contratos são marcados por cláusulas mais modernas, disputa no preço, ganhos provocados pela experiência nas concessões rodoviárias no país e redução de tarifas.
Porém, projeções de Marquese apontam aumento de pedágio em praças da região: os contratos dos lotes 4 e 5, que incluem as rodovias de Maringá e região (serão leiloados em 23 e 30 de outubro) poderão ser os pedágios mais caros de todo o Estado.
Considerando correções com base no IPCA, uma viagem de Maringá à Curitiba no contrato novo será mais cara para caminhões (R$ 68,31 para R$ 73,4 por eixo) pois agora inclui novas praças de pedágio de Mauá da Serra (Lote 3) e de Mandaguari/Marialva (lote 4) sem projeção de desconto.
A diferença impacta sobretudo o escoamento da produção, criando uma desvantagem competitiva, inviabilizando a instalação de empresas e indústrias na região que podem procurar outras regiões paranaenses para implantação de novos negócios. A tese é que aportes financeiros da União e Estado, previstos nos contratos podem ser uma possível solução.
O vereador Professor Pacífico enfatizou que “todos pagarão pedágio mais caro, inclusive àqueles que não tem carro” pois o impacto na economia também vai gerar prejuízos para as famílias mais vulneráveis. Já o vereador Daniel Malvezzi ressaltou a importância do pedágio para manutenção de rodovias, lembrando que não é contra a política de concessão, mas que os contratos devem ser cumpridos.
Em vídeo apresentado, o deputado estadual Fábio Oliveira (coordenador da Frente Parlamentar da Engenharia do Paraná) lembrou os prejuízos causados pelos antigos contratos de mais de duas décadas como a corrupção que gerou acordos de leniência em mais de R$ 2 bilhões. Mais do que as perdas financeiras, o parlamentar sublinhou o drama vivido pelas famílias enlutadas por terem parentes vítimas de acidentes em rodovias que poderiam estar duplicadas.
Observatório dos Pedágios
O engajamento da sociedade civil criou o Observatório dos Pedágios, uma plataforma de acompanhamento da execução dos contratos de concessão rodoviária, lançado originalmente pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).
No Observatório dos Pedágios, o internauta pode visualizar as informações organizadas sobre as concessões, o mapa e o quadro de obras, as tarifas e os documentos dos lotes de rodovias monitorados. É um espaço onde os usuários podem verificar o georreferenciamento das obras dos lotes 1, 2, 3 e 6; a lista de obras para os lotes 1, 2, 3 e 6; as tarifas por categorias e programa de desconto de usuário frequente para os lotes 1, 2, 3 e 6; os documentos sobre as concessões dos lotes 1, 2, 3 e 6; além de contatos úteis para dúvidas ou informações, e Inteligência Artificial alimentada com as informações das concessões. Acesse a plataforma por meio do link https://observatoriodospedagios.org.br/
(Texto: Comunicação CMM. Foto: Marquinhos Oliveira/CMM)