A Câmara de Maringá viveu uma noite de profunda emoção na sessão solene, realizada na noite de terça-feira (09), e que concedeu o Mérito Comunitário e o Brasão do Município ao Movimento Cristo Te Ama (Cristima) e à líder comunitária Mercedes Andrade da Silva.

A cerimônia foi conduzida pela presidente do Legislativo, vereadora Majô, ao lado do autor das homenagens, vereador Ítalo Maroneze. Também participaram o padre Darcy, fundador do Cristma em Maringá, familiares, amigos, voluntários, além dos integrantes do movimento, que foram chamados ao centro do plenário para receber a honraria.

O padre Darcy, fundador do Cristma em Maringá, emocionou a todos ao explicar a missão do movimento. “Cristma é ‘Cristo te ama’. Assim como o Natal é renascimento, trabalhamos para o renascer do dependente do álcool e das drogas para uma vida nova: de sobriedade, serenidade e conversão. É um movimento de cura interior, de apoio às famílias, de amor e serviço. Recebemos esta honraria com profundo reconhecimento. Somos uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, e esta Casa Legislativa, por meio do vereador Ítalo, honra a nossa história”, destacou.

A líder comunitária Mercedes Andrade da Silva, de longa atuação na Vila Marumbi e participante ativa da igreja local, foi reconhecida não apenas pela entrega ao bairro, mas pela força com que enfrentou desafios da própria vida e agradeceu pela homenagem. “Eu estou muito feliz. Agradeço à minha família, que está toda aqui, e ao vereador Ítalo. Nunca imaginei receber algo assim. Que Deus abençoe cada um de vocês”, disse.

Autor das honrarias, o vereador Ítalo Maroneze falou sobre a história de Mercedes e do Cristma.“Dona Mercedes dedicou sua vida ao bairro, à capela, às famílias. Este reconhecimento já podia ter vindo antes, mas Deus quis que fosse agora”.

E sobre o Cristma, acrescentou: “Todos os dias, o Cristma deixa as 99 e vai atrás da 100, da 101, da 102, recuperando vidas, restaurando famílias e promovendo dignidade”.

O momento mais forte da noite veio com o discurso emocionado de Sérgio Porto, coordenador do Cristma. Em lágrimas, ele compartilhou sua própria história de dependência química e transformação.

“Cheguei ao movimento pesando 55 quilos, arrastando uma chinelinha havaiana, desacreditado de todos. A droga tinha roubado meu nome, minha dignidade, meu caráter. Mas o movimento me acolheu quando eu mais precisava.”

Sérgio relatou que, após 29 anos de atuação do Cristma na Arquidiocese. “Foram muitos casamentos restaurados, muitas libertações. Somos voluntários por amor. Nosso salário é recuperar a dignidade, voltar a ser pai, ser filho”.

Em forte momento de sinceridade, pediu perdão publicamente à filha presente no plenário: “Eu não fui pai na infância dela. Mas hoje, graças a Deus e ao movimento, minha família foi restaurada. Ser avô é uma graça que eu jamais imaginei viver.”

Ele encerrou afirmando que tudo o que o movimento faz é sustentado pela fé: “O nosso patrão não dorme. Deus está neste movimento. Esta homenagem é para os que estão aqui, para os que começaram há 29 anos e para os que já estão na glória”, finalizou.

Ao final da sessão solene, o clima foi de profunda emoção e gratidão. As histórias compartilhadas, o legado dos homenageados e a força de cada trajetória tocaram os presentes no plenário. 

(Texto: Comunicação CMM. Foto: Marquinhos Oliveira/CMM)