É nas ciências que o paranaense Henrique Mendes pode ter sua primeira chance de defender o Brasil numa Olimpíada. O atleta da Escolinha de Triathlon Formando Campeões, de Curitiba, foi pré-selecionado para as Olimpíadas Internacionais de Astronomia e Astrofísica de 2020. Junto com mais de 7 mil alunos do ensino fundamental e médio de todo o País, ele participará do processo seletivo que definirá os cinco integrantes da equipe brasileira no evento. As primeiras provas, online, serão realizadas a partir de setembro.
Henrique Mendes já é uma referência na Escolinha de Triathlon, projeto paranaense que alia esporte e educação para o desenvolvimento de crianças e adolescentes. O atleta de Curitiba acumula medalhas em Olimpíadas estaduais e nacionais de ciências. só na Olimpíada Brasileira de Matemática em Escolas Públicas, foram três medalhas, uma de ouro e outra de prata. Também recebeu duas menções honrosas na Olímpiada Brasileira de Matemática, e foi o segundo colocado na Olimpiada de Mayo, que envolve países iberoamericanos. O convite para o novo desafio veio após a medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica.
"É até meio difícil descrever essa oportunidade que recebi. Seria uma grande honra representar o Brasil, tanto no esporte como nos estudos", conta Henrique Mendes.
O processo seletivo para as Olimpíadas Internacionais de Astronomia deve ser mais concorrido que a vaga brasileira para o principal evento esportivo mundial. Henrique fará as três provas online, com nível crescente de dificuldade, junto com os outros 14 alunos pré-selecionados do Colégio da Polícia Militar do Paraná, sob a supervisão do seu professor.Se passar por essa fase, seguirá para as provas presenciais, no início de 2020. "Vou fazer pesquisas e realizar as provas dos anos anteriores para me preparar, no tempo livre que conseguir arranjar", explica Henrique.
O desafio inclui também uma boa dose de organização para lidar com a agenda cheia, entre o esporte e os estudos. Neste sábado (16), Henrique participará da segunda fase da Olimpíada Brasileira de Física. No domingo (17), estará na disputa do Campeonato Brasileiro de Triathlon, em Florianópolis. Em sua preparação, o jovem talento conta com uma grande equipe de apoio.
"Estar pré-selecionado já é uma vitória que poucos conseguem. O mérito é da dedicação do Henrique. Os professores e nós, pais, formamos a equipe de apoio para ajudá-lo a conquistar seus objetivos", destaca o pai José Mário Mendes. "independente do resultado final, ele ganhará mais conhecimento, devido aos estudos."
A IOAA
A Olímpiada Internacional de Astronomia e Astrofísica, ou apenas IOAA na sigla em inglês, é uma competição anual voltada para estudantes do ensino médio de todo o mundo. A primeira edição foi realizada em 2007 na Tailândia. A de 2020 terá como sede Bogotá, na Colômbia, em data ainda a definir no segundo semestre do ano.
A avaliação inclui uma prova teórica, uma prova de análise de dados experimentais e outras provas práticas, com observação em céu real ou planetário, além de uma prova em grupos, que podem ser formados por alunos de um mesmo país ou ser de formação mista. Além dos conhecimentos básicos em Física e Matemática no nível do ensino médio, os alunos lidarão com conceitos de Mecânica Celeste, Sistema Solar, Galáxias e Aglomerados e Tecnologias Espaciais, entre outros. A prova em grupo ainda vai exigir habilidades de trabalho em equipe, como organização e comunicação entre os integrantes, divisão de tarefas e brainstorm.
Todos os alunos com nota maior ou igual a 90% da média aritmética dos três primeiros colocados ganham medalha de ouro. A prata vai para aqueles com nota maior ou igual a 78% e menor que 90%. O bronze é dado aos alunos com nota maior ou igual a 65% e menor que 78%. E quem tiver nota maior ou igual a 50% e menor que 65% recebe uma menção honrosa.
Os brasileiros estiveram presentes em toda as edições das Olimpíadas Internacionais de Astronomia e Astrofísica. O País conquistou um total de 12 medalhas de prata, 21 de bronze e 24 menções honrosas.
(Foto: Divulgação)