Promovida pela primeira vez em Curitiba, a Copa do Mundo dos Refugiados tem início neste sábado (28) com os jogos da fase preliminar no Centro de Educação Física e Desporto (CED), da Universidade Federal do Paraná, no Jardim das Américas. Já as disputas de terceiro e quarto lugares e a grande final serão no domingo (29), no Estádio do Pinhão, em São José dos Pinhais.
A competição é realizada desde 2014 no Brasil com o objetivo de promover a integração social dos migrantes e refugiados e a etapa paranaense contará com oito equipes formadas por imigrantes e refugiados dos seguintes países: Haiti, Venezuela, Argentina, Colômbia, Congo, Nigéria, Bolívia e Peru (confira a tabela abaixo).
O evento é promovido pela ONG África do Coração com apoio institucional do Governo do Paraná, por meio da Secretaria da Justiça, Família e Trabalho; da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Além do troféu, a seleção vencedora da etapa paranaense ganhará uma viagem para disputar as finais da Copa no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Preparação - O time do Haiti está extremamente empolgado, como conta o técnico Peter Mackenson: “Estamos supermotivados e temos certeza que vamos ganhar. O time já foi campeão duas vezes do Africa’s Cup – evento realizado pela Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude, e jogamos juntos há um ano”, comenta.
Já o vice-capitão do time do Congo, o volante Arnold Nseka Mvuama, ressaltou que, mais do ganhar, o objetivo é “ter muita alegria, conhecer pessoas e ter bons momentos”. Arbold é estudante de Odontologia na UFPR, e conta que o time está se preparando no campo onde será realizada a primeira fase. “O que nos dá alguma vantagem”, comemora.
Padrinho - O refugiado sírio e ator de TV Kaysar Dadour foi escolhido como embaixador do evento no Paraná e ressaltou a importância de projetos de apoio aos imigrantes e refugiados tanto do poder público quanto de iniciativas da sociedade civil organizada “A Copa é um projeto de cidadania que mostra que somos iguais, e a nossa maior riqueza é acabar com preconceito, xenofobia e qualquer outra discriminação, porque temos o direito de viver com dignidade independente do lugar que estamos”, disse.
Nascido em Aleppo, cidade devastada pela guerra, Dadour deixou sua terra natal há oito anos e fugiu de carro para o Líbano. De lá, viajou de avião para a Ucrânia e, depois de um tempo, migrou para Curitiba, cidade que escolheu para viver ao se refugiar no Brasil. Atualmente, ele vive no Rio de Janeiro por conta dos compromissos profissionais. “Convido todos a prestigiar esse evento”, convida.
O secretário da Justiça, Família e Trabalho, Ney Leprevost, lembra do caráter inclusivo da Copa. “É uma excelente oportunidade de integração e de congraçamento para essas pessoas que escolheram Curitiba para viver, e uma boa oportunidade para os curitibanos conhecerem os representantes destas nações que agora aqui moram, são nossos vizinhos”, disse.
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