A professora Eliane Araújo, do Departamento de Economia (DCO) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) vem contribuindo com produções de conteúdos sobre os impactos da pandemia às indústrias e em questões sociais no Brasil, para o blog A terceira Margem.
Sendo a indústria e a área social, uma das mais afetadas pela crise causada pela Covid-19, o artigo Desindustrialização e soberania no enfrentamento da crise de saúde pública da COVID-19, faz uma análise do recuo do crescimento da indústria brasileira, remetendo a outro artigo , ‘An alternative to the middle-income trap’, publicado por Eliane na revista americana ScienceDirect Structural Change and Economic Dynamic, que está entre os mais baixados, sendo classificado como A1 Qualis da Capes- um sistema de qualificação de periódicos que pode ser de A1 (excelente); A2; B2; B3; B4; B5; C (muito ruim).
“No atual contexto em que uma crise sanitária atinge o Brasil e a economia global, uma questão relevante é como a indústria de equipamentos e materiais ligados à saúde estão representadas dentro da produção, exportação e importação da economia brasileira, que é o que trata esse artigo” explica Eliane.
A indústria como um todo, e mais especificamente o complexo da saúde, tem mostrado uma importante fragilidade econômica, com elevada dependência tecnológica e de insumos industriais básicos. A pandemia do coronavírus expôs nitidamente essas deficiências, trazendo importantes desafios ao enfrentamento da crise sanitária global, como a dificuldade de produzir e mesmo importar produtos essenciais no combate a ela. Por exemplo, a falta de álcool em gel em hospitais, luvas, máscaras e outros equipamentos de proteção individual, respiradores mecânicos e outros equipamentos médico-hospitalares, medicamentos e reagentes básicos para testes de diagnóstico e diversos outros itens fabricados a partir de diferentes produtos químicos.
Grafico1- Participação produtivo-comercial das indústrias de aparelhos e instrumentos para uso médico-hospitalar, precisão, teste e controle: 1989-2018 (% do total).
Já o artigo Vulnerabilidade social e a pandemia do Covid-19 no Brasil analisa diversas opiniões sobre possíveis ações a serem implementadas para enfrentar o cenário caótico advindo da pandemia, destacando a importância da intervenção do Estado neste contexto de adversidade.
“Além da importância central de defender o fortalecimento do mercado doméstico, da renda e do emprego de qualidade, uma grande lição que esta crise nos traz é a urgente necessidade de valorização dos serviços públicos de educação e saúde. Na educação, é urgente estimular a qualificação da força de trabalho e a pesquisa científica; na saúde, melhorar substancialmente a qualidade e infraestrutura do sistema público, que há muito vem sendo precarizado” esclarece Araújo.
Com base na análise de propostas de estudiosos brasileiros e estrangeiros para enfrentar a crise instaurada, somente uma atuação firme e assertiva do Estado pode contribuir para amenizar os impactos recessivos e as incertezas cruciais advindas deste cenário adverso.
(Comunicação UEM)
