Robert Scheidt está de volta às competições. E o retorno foi em grande estilo. O bicampeão olímpico conquistou o vice-campeonato italiano de da classe Laser neste domingo (20), em Follonica, na região da Toscana. E o título no primeiro evento oficial desde o início da pandemia não veio por apenas um ponto. O brasileiro, que se prepara para a Olimpíada de Tóquio/2021, venceu a última regata do dia, terminando com 12 pontos perdidos, enquanto o norte-americano Charlie Buckinghan, ficou em 11. O terceiro lugar ficou com Juan Ignacio Maegli, da Guatemala, atual bicampeão sul-americano, com 13. A competição reuniu 45 velejadores de oito países.
“O campeonato Italiano de Classes Olímpicas teve um bom nível técnico, com vários estrangeiros competindo no Golfo de Follonica. Foi ótimo voltar a competir e a fazer regatas de bom nível. São pouco eventos esse ano, então, ter a chance de participar, é importante. Além disso, velejar no mar também acrescenta na preparação. Onde eu moro é em lago (Garda) e nessa competição encarei condições diferentes em mar aberto, como ondas e correnteza”, afirmou o maior medalhista olímpico do Brasil, com cinco pódios, que é patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex e que conta com o apoio do COB e CBVela.
Robert entrou no último dia do Campeonato Italiano na terceira posição. Após seis regatas, havia cruzado a linha de chegada sempre entre os top 3, com duas vitórias, três segundos lugares e um terceiro. Na primeira disputa desse domingo, o brasileiro conseguiu um sexto lugar. Porém, na segunda e última prova, conquistou mais um primeiro lugar, resultados que garantiu o vice-campeonato. “Estou muito feliz em voltar a competir, especialmente porque foi possível estar com minha família aqui em Follonica. Minha mulher (a medalha de prata olímpica lituana da Laser Radial, Gintare) e meus filhos, Erik e Lukas, torceram muito”, acrescentou.
Após oito regatas em uma semana intensa de disputas, Robert Scheidt vai tirar alguns dias de folga, certo? Errado. Aos 47 anos, o bicampeão olímpico vai permanecer em Follonica para mais quatro dias de treinos com os velejadores de diferentes partes do mundo no golfo da região da Toscana. E as sessões de preparação começam já na manhã desta segunda-feira (21). “Volto para casa somente na quinta-feira. Vai ser importante aproveitar ao máximo esse período para esticar a preparação após o Campeonato Italiano de Classes Olímpicas”, finalizou o bicampeão olímpico.
Desafio olímpico - Scheidt retornou à classe Laser em 2019, após quase três anos ausente, desde os Jogos do Rio/2016, onde terminou na quarta colocação mesmo vencendo a medal race. Nesse período de readaptação às novas técnicas e nova mastreação, cumpriu seu objetivo principal, que foi o índice para Tóquio, com o 12° lugar no Campeonato Mundial da Classe Laser 2019, em Sakaiminato, no Japão. Ele confirmou a vaga no Mundial da Austrália, em fevereiro, quando chegou à flotilha ouro e foi o melhor brasileiro na disputa.
Maior atleta olímpico brasileiro
Eleito, em março de 2020, o maior atleta olímpico do Brasil, em votação coordenada pela Rede Globo com os maiores medalhistas olímpicos do Pais. Na comemoração dos 100 anos de história do Brasil nos Jogos Olímpicos, no início de agosto deste ano, ficou em segundo lugar em votação de 100 jornalistas, atrás apenas de Adhemar Ferreira da Silva e à frente de Joaquim Cruz, seus ídolos que muito o inspiram.
Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na Classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)
181 títulos - 89 internacionais e 92 nacionais
Laser
- Onze títulos mundiais - 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
- Três medalhas olímpicas - ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
- Na Olimpíada Rio 2016, terminou em quando lugar, vencendo a medal race, televisionada para o mundo todo.
Star
- Três títulos mundiais - 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
- Duas medalhas olímpicas - prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
- Integrante fundador da Star Sailors League, um circuito global de competições em franca ascensão, como uma ATP da vela, com ampla cobertura midiática. Scheidt foi o campeão da primeira edição, em 2013, ao lado de Bruno Prada, e vice-campeão em 2017 e 2018, com Henry Boenning.
(Assessoria)