Principal evento de base do país na vela, o Campeonato Brasileiro da classe Optimist teve início na quarta-feira (6), no Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ), na Urca, zona sul da capital fluminense. A categoria costuma introduzir crianças e adolescentes na modalidade e teve atletas campeões olímpicos, como Robert Scheidt e Martine Grael.
O torneio reúne mais de 150 crianças e adolescentes entre seis e 16 anos, divididos em dois grupos. O primeiro tem cerca de 40 velejadores iniciantes, que estão no primeiro ano de classe. No segundo, encontram-se os demais competidores, mais experientes, com idade entre 8 e 16 anos.
“A classe Optimist tem sido a grande fornecedora de atletas e velejadores que ficam vinculados à nossa modalidade a vida toda, não somente no alto rendimento, mas também desde uma visão mais lúdica e amadora. Muitos destes velejadores e velejadoras podem ser os futuros Robert, Martine, Kahena [Kunze, ouro nos Jogos do Rio de Janeiro, ao lado de Martine], Torben [Grael, bicampeão olímpico], Fernanda [Oliveira] ou Isabel [Swan, bronze nos Jogos de Pequim, na China, junto de Fernanda]. Mas também podem ser os velejadores do final de semana em seu barco de oceano, um kitesurfista, ou apaixonado pela vela em geral'”, disse Juan Sienra, gerente técnico da Confederação Brasileira de Vela (CBVela), em comunicado.
A etapa classificatória vai até a próxima segunda-feira (11). A partir dos resultados, os velejadores serão divididos nas flotilhas ouro e prata para a sequência da competição, que segue até dia 16, um sábado. No ano passado, o campeão da flotilha ouro foi o fluminense Lucas Freitas. Na terça-feira (12), começa a disputa por equipes, em que os atletas representam os respectivos estados. Em 2020, o título ficou com o Rio Grande do Sul.
Durante a competição, os velejadores passarão por uma avaliação antropométrica. Segundo o comunicado da CBVela, o objetivo é “entender os perfis dos atletas e futuros ingressantes do programa da vela jovem buscando potencializar o alto rendimento do esporte”. Ainda conforme a nota, a entidade pretende “gerar a primeira estatística de morfologia dos atletas brasileiros, não somente para avaliações de saúde e performance a curto prazo, mas também para o desenvolvimento e seguimento do biotipo para as classes no futuro, criando uma estratégia de investimentos a longo prazo”.
O barco da classe Optimist tem 2,34 metros e é utilizado para crianças e adolescentes aprenderem as principais funções de um monotipo. O veleiro suporta até 60 quilos e seu formato impede que a embarcação atinja uma velocidade considerada elevada, o que o torna mais seguro para a prática da modalidade.
(Texto: Lincoln Chaves/Agência Brasil. Foto: Flávio Perez/OnBoard Sports)