O 39º Congresso Brasileiro de Nematologia (CBN) foi oficialmente aberto na segunda-feira (2), em Foz do Iguaçu. O evento, realizado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e promovido pela Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) e Organization of Nematologists of Tropical America (Onta), reúne até quinta-feira (5) cerca de 730 pessoas, entre pesquisadores e profissionais do agronegócio, para debater os avanços e desafios no combate a nematoides, uma das principais pragas agrícolas da atualidade.
“Em termos de público, este é o segundo maior evento de nematologia presencial já realizado no Brasil e o maior já realizado nas regiões do Sul e Sudeste do Brasil. Do total de inscritos, temos mais de 400 profissionais que não são pesquisadores; são profissionais do agro que participam conosco, além dos especialistas da área de nematologia, estudantes de graduação e pós-graduação”, comemora a presidente do congresso e professora de fitopatologia da UEM, Claudia Regina Dias Arieira. De acordo com ela, o evento atraiu profissionais de 20 estados brasileiros e 18 países. “Só do Paraguai, temos inscritos de oito estados participando”, complementa.
Este ano, o tema do 39º CBN é “Nematoides além da Fronteira do Mercosul”. Simultaneamente, também acontece o 54º Encontro Anual da Onta, fortalecendo a troca de conhecimentos e promovendo colaborações internacionais no estudo dos nematoides e suas implicações na agricultura tropical. Segundo Arieira, os dois eventos são itinerantes e fazia 15 anos que o grupo de nematologistas das Américas Tropicais não vinha ao Brasil. “Além disso, estamos comemorando também os 50 anos da Sociedade Brasileira de Nematologia”, enfatiza.
O reitor da UEM, Leandro Vanalli (foto), prestigiou a abertura do evento e reconheceu a importância da realização dele, não só para promover o debate sobre a produção agrícola brasileira, mas também para a formação de profissionais. “O Congresso Brasileiro de Nematologia enriquece o debate sobre a agricultura nacional, pois promove a troca de conhecimentos, apresenta novas tecnologias e estratégias de manejo no campo, e fortalece a colaboração internacional. Além disso, o evento contribui diretamente para minimizar os prejuízos causados por nematoides, beneficiando a economia e capacitando novos profissionais na área."
Nestes quatro dias, estão previstas diferentes palestras sobre alterações na fisiologia e anatomia das plantas. Ontem, o ex-presidente da Embrapa, Celso Moretti, pesquisador da Embrapa Hortaliças, proferiu a palestra de abertura do evento sobre as ‘Tendências do agro global e brasileiro’. “Na abertura, além do Moretti, um especialista que transita o mundo todo falando do agro no Brasil, também tivemos várias palestras abordando o controle biológico e a fisiologia do parasitismo. Hoje, temos novamente palestras sobre controle biológico e os nematoides quarentenários, uma ameaça para o Brasil. Já amanhã, teremos mesas sobre inovações de controle e, na quinta-feira, último dia, acontecerá o Simpósio de manejo de nematoide no Brasil, que tem como foco a sojicultura”, detalha Arieira.
Nesta edição, o evento tem como objetivo promover o encontro e a interação de diferentes profissionais ligados à Nematologia Agrícola, bem como difundir informação, conhecimento e experiências em torno dos desafios e soluções estratégicas para o manejo de nematoides parasitas de plantas.
Presenças - Além do reitor da UEM e a presidente do congresso, também estiveram presentes na solenidade de abertura do evento, a presidente da SBN, Andressa Cristina Zamboni Machado; o presidente da Onta, Ernesto San-Blas; o auditor fiscal federal, Omar Roberto da Silveira, que representou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa); a diretora do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UEM, Adriana Aparecida Pinto; e o vice-diretor do CCA, Carlos Alberto de Bastos Andrade.
Nematoides - Nematoides são vermes microscópicos que vivem no solo e podem parasitar plantas, causando sérios danos às raízes. Na agricultura brasileira, eles são responsáveis por grandes prejuízos, pois afetam a absorção de água e nutrientes pelas plantas, levando à redução do crescimento, queda na produtividade das lavouras e, em casos graves, até à morte das plantas. Culturas como soja, café e cana-de-açúcar são especialmente vulneráveis, o que resulta em perdas econômicas significativas para os produtores. Segundo a SBN, os nematoides podem causar prejuízos anuais na ordem de até R$ 35 bilhões.
Mais informações: acesse o site do evento
(Marilayde Costa/UEM)