A professora Gracieli Morais considerou bastante positiva a participação das atletas da Sadia/Toledo Karine Walter e Geane Silva, no Torneio Internacional de Lisboa, de 17 a 21 de março. Apesar de não terem obtidos resultados expressivos na classificação final, ela acredita que a experiência serviu para as ginastas ver o trabalho que está sendo feito com atletas de outros países, além de perder o medo de competir ao lado de potências do primeiro mundo na ginástica rítmica.
As atletas voltaram na segunda-feira (21) e retomaram aos treinos visando a preparação para as competições previstas no calendário deste ano, entre elas o Campeonato Brasileiro, que será a principal competição de 2016.
“Precisávamos um período maior de treinos. As atletas estão com séries novas e tiveram apenas um mês e 15 dias de treino. Ainda é muito pouco, mas temos tempo para trabalhar e melhor bastante para as próximas competições”, disse ela.
Para a técnica, a experiência também foi positiva e ela traz algumas lições que o Brasil deve seguir, na sua opinião, se quiser ter mais destaque com atletas de rendimento.
Ela observou que na Europa, ao contrário do que ocorre no Brasil, os atletas de rendimento têm outras perspectivas. Ao encerrar a sua carreira esportiva, eles não precisam iniciar do zero em suas atividades profissionais, por exemplo. Os atletas têm um rendimento garantido e condições de treinar com mais afinco e dedicação, ao contrário do que ocorre no Brasil em que muitos talentos têm que deixar o esporte de lado para garantir uma formação que permita o seu sustento no futuro.
Além disso, acrescenta ela, o atleta tem incorporado na sua cultura o desejo de ser um atleta de rendimento e por conta disso sabe do esforço a ser feito, além do envolvimento maior de empresas e familiares, investindo no desenvolvimento do atleta.
“No Brasil é considerado um absurdo reduzir as férias das atletas para treinar. Em outros países isso é a coisa mais natural do mundo. As atletas sabem que folgam entre o Natal e o Ano Novo e depois tem que voltar imediatamente aos treinos. Isso é algo natural”, cita ela, somente para mostrar um exemplo da dedicação e do envolvimento que são necessários no esporte de rendimento. Por outro lado, o incentivo também é maior.
“Um atleta que encerra as suas atividades tem já uma estrutura, com carro, casa, formação. No Brasil, ele sai do tapete e precisa começar do zero”, observa, defendendo uma maior profissionalização do esporte no país.
O projeto de Ginástica Rítmica de Toledo, com 26 anos de atuação no município, é patrocinado pela Sadia, conta com as parceiras do Sesi, prefeitura de Toledo, apoio da Unimed e com o co–patrocínio de O Boticário, Sanepar e Prati-Donaduzzi, através de recursos obtidos pela da Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte/Governo Federal.