Na noite de quarta-feira (24), a Seleção Feminina encerrou sua participação com vitória no Torneio She Believes, disputado em Orlando (EUA). O triunfo de 2 a 0 sobre o Canadá também marcou o término deste período de preparação da Canarinho visando os Jogos Olímpicos. Com seis pontos conquistados dos nove possíveis, o Brasil ficou com a segunda colocação do quadrangular – atrás apenas dos EUA, que venceu todos os jogos. Após o término da competição, a técnica Pia Sundhage fez um balanço do desempenho de suas comandadas na competição.
Em conversa com os veículos de imprensa durante coletiva virtual, realizada após o jogo diante do Canadá, Pia destacou que os jogos foram cruciais para que ela e sua comissão técnica obtivessem respostas no que tange ao desempenho das atletas. A treinadora da Seleção admitiu que há aspectos do jogo a serem aprimorados, mas que o saldo dentro do Torneio She Believes foi positivo.
“ Tivemos algumas respostas, algumas delas foram com jogadoras jogando bem, mas algumas precisam competir um pouco mais para alcançar um nível internacional. Então tivemos destaques positivos e outros nem tanto. Segundamente, conseguimos marcar gols, fiquei bem contente com o primeiro tempo de hoje. Defensivamente, precisamos ajustar alguns detalhes. Como no jogo de hoje, quando o Canadá colocou quatro atacantes e nos pressionou. Foi parecido com o que ocorreu contra os EUA, com muitas jogadoras pressionando alto. Precisamos melhorar isso para conseguirmos realizar transições e contra-ataques”, analisou Pia, antes de falar especificamente sobre os três jogos.
“É bem mais fácil ser treinadora quando você ganha. Então esses jogos, o da Argentina e o de hoje, pelo fato de termos ganhado e feito gols, faz com que seja mais fácil trabalhar algumas coisas. Estou feliz com esses dois jogos, não tanto com o segundo tempo de hoje, mas a primeira etapa foi boa. (E também estou feliz) pela forma com que nós competimos diante dos EUA. Tivemos algumas respostas, algumas jogadoras realmente estão desempenhando em nível internacional, enquanto outras precisam voltar para casa e trabalhar um pouco mais. Como um todo, o torneio foi bom para nós, e as respostas que tivemos foram muito importantes”, completou a comandante do Brasil.
Quando uma vaga nas Olimpíadas está em jogo, todos as valências de uma atleta são cuidadosamente observadas. Para Pia Sundhage, o aspecto físico é fundamental para se obter êxito. A técnica da Seleção exaltou o modelo de competição do Torneio She Believes – similar aos dos Jogos Olímpicos, com poucos dias de descanso entre um jogo e outro. De acordo com a sueca, isso tornou esse período um bom ‘simulador’ para a comissão técnica.
“Uma coisa importante é o aspecto físico, tivemos três jogos e pudemos notar que algumas jogadoras ficaram cansadas. E essas são as circunstâncias nas Olimpíadas, com jogos de apenas dois dias de diferença. Então isso é algo que nos atentamos desde o início, porque as jogadoras que levaremos para as Olimpíadas têm que estar preparadas para jogar muitos jogos, como a Rafa, que jogou todos os jogos e é um bom exemplo disso. E foi muito bem. Então estando em forma, consequentemente você se mantém saudável e pronta para jogar, então, com isso vem a confiança”, destacou Sundhage.
Desde que chegou ao comando da Canarinho, Pia esbanja carisma e autenticidade em sua postura diária. Questionada sobre sua personalidade e identificação com a Seleção, a técnica sueca destacou que, acima de tudo, um bom ambiente e uma atmosfera leve são fundamentais para que uma equipe se sinta mais confiante dentro e fora de campo.
“Bom, sou uma pessoa feliz e, acima de tudo, sortuda por ter a oportunidade de treinar a Seleção Brasileira. São muitas emoções que sinto, e isso é contagiante. Muitas jogadoras e treinadoras ficam nervosos, assim como eu. Mas estou no ramo há tanto tempo que quando vejo algo que me agrada, gosto de compartilhar isso, com a minha linguagem – principalmente minha linguagem corporal. Realmente acredito que quando se tem uma boa comissão técnica, e nós temos uma comissão feliz, isso ajuda a contagiar as jogadoras a quererem competir por esse time. Isso é bem enfatizado quando as coisas dão certo. Uma treinadora feliz tem grandes chances de ser uma boa treinadora”, concluiu.
(Texto: CBF. Foto: Sam Robles/CBF)