A maringaense Ana Carolina Batista de Souza contribuiu para o número recorde de medalhas brasileiras nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens de Santiago 2025. O país encerrou a competição no topo do quadro de medalhas, com 100 conquistas — 61 de ouro, 29 de prata e 10 de bronze. A paratleta voltou para Maringá com medalhas em todas as modalidades que competiu: ouro nos 100 e 200 metros do atletismo e prata no salto em distância (classe T37).
Estudante do segundo ano de Educação Física na UEM, Souza divide a rotina entre a universidade e os treinamentos, no Estádio Regional Willie Davids. Ela é atleta do Instituto Terezinha Guilhermina (ITG), ligado à Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, e, com apenas 18 anos, já coleciona bons resultados: é detentora do melhor tempo dos 400 metros na classe T37 e recebeu o prêmio de Atleta Destaque do Jubs em 2024. Além disso, já havia sido convocada para treinamentos na seleção anteriormente.
Conforme relata, viajar sem a família, conhecer o Chile, treinar com a seleção brasileira e viver a rotina da competição foi uma experiência única. “Nós fomos em 20 atletas e cinco técnicos na modalidade e ficamos nove dias hospedados no centro de Santiago. Além disso, treinamos e competimos no Estádio Nacional do Chile, almoçamos na Vila Olímpica com os outros atletas e pudemos interagir e viver a competição de forma completa.”
A preparação para os jogos começou ainda no início de 2025, mesmo sem a certeza da convocação. Para o técnico e presidente do ITG, Augusto Siqueira de Oliveira, os resultados são fruto da dedicação da atleta. “A Ana sempre foi uma excelente atleta, concilia a faculdade com os treinamento, sempre busca melhorar. Então eu tinha plena certeza que ela iria super bem na competição e que o trabalho conjunto de toda a equipe de profissionais que a apoia faria diferença”, explicou.
Durante a concentração no ParaPan, Augusto conversava com Ana por ligação e a auxiliava com instruções e dicas de preparação e foco. A atleta também é acompanhada por fisioterapeutas e outros profissionais durante a rotina de treinamentos. No futuro, conta que pretende aliar a profissão ao esporte e atuar como técnica de crianças.
Desempenho brasileiro
No Chile, os atletas competiram em 12 modalidades: tiro com arco, bocha, futebol PC (paralisados cerebrais), futebol de cegos, goalball, judô, halterofilismo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, vôlei sentado, basquete em cadeira de rodas (5×5 e 3×3) e atletismo. A delegação brasileira foi composta por 120 atletas com idades entre 14 e 23 anos de 23 estados. Foram 43 atletas do sexo feminino e 77 do sexo masculino, sendo 88 convocados com deficiência física, 28 com visual e quatro com intelectual. As conquistas de medalhas vieram de 22 estados e do Distrito Federal.
Em 2025, a foi 25% maior do que a que representou o país na última edição dos Jogos Parapan-Americanos de Jovens, realizada em 2023, em Bogotá, na Colômbia, quando 96 atletas competiram em 10 modalidades. A edição que contou com a maior delegação do país foi a edição sediada em São Paulo, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em 2017, quando o país foi representado por 172 jovens em 12 modalidades.
CRPB - O Centro de Referência Paralímpico Brasileiro (CRPB) de Maringá é um projeto desenvolvido na UEM que oferece sete modalidades esportivas paralímpicas para crianças e adolescentes com deficiências físicas, visuais e intelectuais, residentes em Maringá e na região. São elas: atletismo, bocha, basquete em cadeira de rodas, parabadminton, natação, tênis de mesa e paratekwondo. Para acompanhar as atividades e eventos do projeto, acesse o Instagram @crpb.maringa.
(Mônica Chagas/Comunicação UEM)