Sirli Freitas/Chapecoense
Nossa! Já se passaram 4 horas do jogo. A adrenalina segue fazendo efeito. Tudo bem que o coração deu uma acalmada, mas ainda bate num ritmo além do normal. Dormir? Tá difícil. Na verdade nem sei se a ideia é essa. O fechar de olhos apenas para relembrar os lances inesquecíveis desta noite. Que noite!
Confesso que em determinados momentos chegou a passar pela cabeça o filme de 2015. Aquele contra outro time argentino. Mas aí relembrava dos instantes recentes que haviam se passado no vestiário. Lá, a palavra de ordem era acreditar no potencial de cada um. “Tem algo especial guardado pra gente”.
É até confuso porque muita coisa aconteceu na noite desta quarta-feira, 28 de setembro de 2016. Sobre a briga dos torcedores argentinos, apenas essa citação para não deixar passar em branco. Até porque, o que aconteceu dentro de campo foi infinitamente mais importante.
Logo no primeiro lance do jogo, o cruzamento do Dener poderia ter sido melhor aproveitado. A resposta do Independiente foi rápida, num chute no alto e Danilo espalmou. Um presságio? Depois, a cabeçada de Aílton Canela parou levemente nas mãos do goleiro argentino. As arrancadas de Tiaguinho levantavam o torcedor na arquibancada. Mesmo com o gol não saindo, o torcedor jogou junto. Foi assim o tempo todo.
Veio então o segundo tempo e as quatro bolas na trave. A primeira foi dos Rojos. Três Chape? Só o Cleber Santana mandou duas. Uma delas numa pancada de fora da área. Filipe Machado encontrou o travessão e na sequencia a bola encontrou a linha. Não cruzou. Não houve comemoração.
Aí, quando o garoto Lourency cruzou da esquerda, a bola sobrou no pé direito do maior artilheiro da história da Chape. Difícil de acreditar, mas Bruno Rangel mandou por cima. A essa altura do campeonato, aquela pulguinha atrás da orelha voltou a incomodar. Fim de jogo, 0 a 0. Repetido o resultado do jogo de ida e a decisão será nas penalidades. Assim como nas oitavas de final do ano passado, contra o Libertad (PAR).
Será que alguém jogou a toalha quando a Chape errou as duas primeiras cobranças? É possível que sim. Mas não aqueles que estavam dentro de campo. Afinal, a ordem é acreditar e fazer por merecer.
As cobranças iam se alternando e o placar também. Os goleiros deram um show à parte. Pegaram cobranças incríveis. Só que um deles foi gigante. Quatro pênaltis? Puxando pela memória não lembro de tal feito. Mas agora está gravado. Danilo foi soberano. “Vai ser difícil esquecer essa noite”. Disse o camisa 1 da Chapecoense.
Para quem esteve na Arena Condá as imagens não desapareceram tão fácil da memória. Por isso que o dormir nesse momento, mesmo estando cansado, fica em segundo, terceiro plano. No final dos dois jogos, a Chape, que estreou um novo uniforme, muito bonito por sinal, brilhou mais que o Rey de Copas. Na Copa Sul-Americana 2016 é o Verdão quem segue Adelante. (ChapecoenseOficial)